António de Almeida Santos, José Vera Jardim, Manuel Alegre e Jorge Sampaio estão com António Costa. O apoio público dos quatro históricos socialistas foi declarado depois de um pequeno-almoço com o candidato às primárias, através da leitura de um curto comunicado: António José Seguro “merece reconhecimento e apreço” mas é Costa quem tem “experiência e capacidade política para levar o PS à vitória e à construção de um novo ciclo”, dizem.

“As primárias do PS são de grande importância”, começou por ler António de Almeida Santos, deixando o apelo para que “as pessoas se inscrevam e participem numa votação que vai ter uma importância decisiva”. O apoio dos quatro vai claramente para António Costa – “pela convicção de que tem mais experiência e capacidade política para levar o PS à vitória e à construção de um novo ciclo económico e de coesão socialista” – mas ficou também o pedido para que, depois do dia 28 de setembro, “ganhe quem ganhar”, as energias se concentrem “no essencial”, que Almeida Santos diz ser “derrotar a atual coligação e restituir a esperança aos portugueses”.

No comunicado que leu à saída do encontro com António Costa, Almeida Santos apontou ainda baterias a António José Seguro, a quem dirigiu “reconhecimento e apreço por ter conduzido o PS num processo de transição muito difícil”.

“O PS exige agora um candidato mais forte e com mais capacidade para agregar os portugueses”, disse Almeida Santos, terminando com a mensagem de que o PS precisa de “nova liderança”.

O apoio dos quatro nomes históricos socialistas junta-se ao dos 25 fundadores do PS, expresso no manifesto apresentado no final de junho, com o ex-presidente da República Mário Soares à cabeça. O apoio de Manuel Alegre é no entanto um dado a reter. O histórico socialista tem apoiado António José Seguro enquanto líder e, quando António Costa anunciou a candidatura à liderança do PS (ainda Seguro não tinha anunciado as primárias), Alegre mostrou-se cauteloso. Defendeu a realização de um congresso extraordinário, para resolver logo a questão da liderança, e não se colocou nem de um lado nem de outro, lembrando que é amigo dos dois. No entanto, nas declarações que foi fazendo, lembrou muitas vezes o apoio que tem dado a Seguro.

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António Costa mostrou-se “sensibilizado” e “orgulhoso” por ter recebido o apoio de “grandes figuras” do partido, afirmando que o gesto reflete o “reencontro do PS com a sua identidade histórica”. Falando aos jornalistas à saída do encontro, o candidato às primárias socialistas do próximo dia 28 sublinhou a vontade de “unir o partido” e de levar para a “primeira linha de combate político os melhores quadros do PS”.

Mas apesar de apelar à união, António Costa recusou-se a responder a uma pergunta sobre se incluiria figuras da ala de António José Seguro num eventual futuro Governo. “O importante é manter o partido unido”, limitou-se a dizer.

Sobre os debates com Seguro que começam já na próxima semana, Costa disse apenas que espera que “sejam esclarecedores”. E voltou a afirmar o que já tem vindo a repetir nos últimos dias de que “os adversários do PS não estão dentro do partido”.

Do lado de António José Seguro, opta-se pelo silêncio. O Observador contactou o diretor de campanha, João Proença que apenas disse “não tenho comentários a fazer”. Do lado da equipa de Seguro, a intenção é a mesma até porque o atual líder nem  tem agenda marcada para o dia de hoje.