A candidata à presidência do Brasil Marina Silva frisou, esta segunda-feira, que os brasileiros querem saber a verdade sobre os recentes escândalos no seio da petrolífera estatal Petrobras. “Doa a quem doer, (…) queremos a verdade. Essa é a determinação do PSB, essa é a minha determinação e essa é a determinação do povo brasileiro”, disse a candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em entrevista ao canal de televisão Record.

Marina Silva, apontada como favorita às eleições presidenciais de outubro, pronunciava-se sobre o interrogatório policial a que foi submetido, na semana passada, Paulo Roberto Costa, o qual acusou dezenas de políticos brasileiros de receberem subornos.

Paulo Roberto Costa, um ex-diretor da Petrobras, em prisão preventiva por lavagem de dinheiro, comprometeu-se a colaborar com as autoridades em troca de uma redução da sua pena.

“Todos queremos a verdade e queremos que as investigações sejam feitas e é necessário que a investigação não tenha intervenção política”, disse Marina Silva, que voltou a endereçar críticas à administração da empresa no recente Governo da Presidente Dilma Rousseff, que procura a reeleição.

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Segundo as versões que vieram a público — ainda não confirmadas pela polícia — o ex-funcionário citou dezenas de políticos que teriam recebido subornos milionários entre 2014 e 2012.

Entre as personalidades alegadamente citadas por Costa, divulgada pela revista Veja, figuram o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, além de ex-governadores de estados onde a Petrobras executou importantes obras nos últimos anos.

A lista incluirá ainda o nome de Eduardo Campos, o candidato do Partido Socialista Brasileiro para as eleições presidenciais do próximo 05 de outubro, que faleceu num acidente aéreo a 13 de agosto e foi substituído por Marina Silva, que agora lidera as intenções de voto.

O antigo diretor da Petrobras citou, de acordo com a Veja, pelo menos 25 deputados e seis senadores do Partido dos Trabalhadores (PT), da Presidente brasileira Dilma Rousseff, do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-governo) e do Partido Progressista (PP, na oposição).

“Queremos a verdade, independentemente de que esteja na lista”, frisou a ex-ministra do Ambiente.

A delação do ex-diretor da Petrobras transformou-se no principal assunto de debate na campanha eleitoral, levando a Dilma Rousseff a garantir que também pedirá à justiça acesso ao testemunho para saber se existem membros do seu Governo envolvidos.

“Primeiro precisamos de saber se isso é verdade. Por isso quero essas informações. Quem me vai dar esses dados é quem investiga e não a imprensa”, afirmou a Presidente brasileira, em entrevista concedida ao diário O Estado de São Paulo.