O Presidente russo Vladimir Putin acusou os países ocidentais de utilizarem a crise na Ucrânia para “reanimar” a NATO.  “A crise na Ucrânia que, no fundo, foi provocada e concebida por alguns dos nossos parceiros ocidentais, é atualmente utilizada para a reanimação deste bloco militar”, declarou Putin numa referência à Aliança Atlântica, citado por agências noticiosas russas.

No decurso da cimeira aliada na semana passada em Newport, País de Gales, os países da NATO concordaram em manter “uma presença contínua” no leste da Europa e anunciaram a formação de uma força de reação rápida com capacidade de ser deslocada em poucos dias para eventuais regiões de crise. O designado “Readiness Action Plan” (RAP), destina-se a “reforçar a defesa coletiva”, a missão primordial da NATO, uma organização fundada há 65 anos, no início da Guerra fria.

“Estão surgir inúmeras e novas ameaças. Como sabem, não há muito tempo, foi decidido colocar forças da NATO na Europa de leste. A Rússia precisa de ter a certeza absoluta que a sua segurança está totalmente garantida. (…) Seremos forçados, absolutamente forçados, a responder com as medidas apropriadas”, disse Vladimir Putin. “Já afirmamos, já prevenimos que seremos obrigados a retomar medidas adequadas para garantir a nossa segurança”, insistiu o chefe de Estado russo durante uma reunião sobre despesas militares e na presença de responsáveis do complexo militar-industrial e de membros do estado-maior das Forças armadas russas. “Gostava muito que não surja um acesso de histeria após a adoção definitiva destas decisões e quando começaram a ser postas em prática”, acrescentou. “Quero acrescentar que o que estamos a fazer são apenas medidas retaliatórias”.

Dois dias antes da abertura da cimeira da NATO, as autoridades russas anunciaram a adaptação da sua “doutrina militar” até ao final de 2014 devido ao surgimento de novas ameaças, incluindo o reforço militar da Aliança junto às fronteiras da Rússia.Numa alusão ao “programa de defesa antimíssil” anunciado pelos Estados Unidos para o leste europeu. Putin disse ainda que a Rússia planeia o rearmamento da aviação estratégica e de longa distância “e prosseguir a construção de um sistema de defesa aeroespacial”, mas excluiu o início de uma “nova corrida aos armamentos”. “Não vamos aumentar de forma muito significativa a nossa despesa militar”, assegurou.

A nova liderança da Ucrânia decidiu efetuar uma viragem para o ocidente, à semelhança da opção anunciada pela Geórgia, outra ex-república soviética. Kiev anunciou a intenção de reiniciar em agosto as negociações sobre a adesão à NATO, retomando um processo suspenso em 2010 pelo ex-Presidente Viktor Ianukovich.

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