O objetivo de Vladimir Putin é “eliminar a Ucrânia” como Estado independente, acusou hoje o primeiro-ministro ucraniano, apelando aos Estados Unidos e à União Europeia para garantirem o plano de paz na Ucrânia.

“O objetivo final de Vladimir Putin não é só as regiões (separatistas do leste) de Donetsk e de Lugansk, ele quer a Ucrânia toda” e “eliminar a Ucrânia como Estado independente”, declarou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, que falava durante uma conferência internacional anual consagrada à estratégia pró-europeia da Ucrânia.

“Ele não consegue aceitar a ideia de que a Ucrânia faça parte da família europeia, ele quer restaurar a União soviética”, adiantou, numa altura em que Kiev se prepara para ratificar na terça-feira o acordo histórico de associação com a UE.

Segundo Iatseniouk, a próxima etapa seria a criação de um “corredor” a ligar a fronteira russa à península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em março, que passaria por numerosas regiões do sul da Ucrânia.

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Iatseniouk considerou “prematuro” falar de uma solução oito dias depois da entrada em vigor de um cessar-fogo acordado entre Kiev e os separatistas pró-russos com a participação da Rússia e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

“Um acordo bilateral (de paz) com a Rússia não é a melhor (ideia). Eu apoio o denominado formato de Genebra com os Estados Unidos, a UE e a Rússia, nós não somos suficientemente fortes para entrar em negociações bilaterais com a Rússia”, adiantou.

A Ucrânia e os Ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes pró-russos e de ter enviado tropas regulares para o leste da Ucrânia, mas a Rússia desmente.

A ideia do cessar-fogo concluído em Minsk “é parar o massacre” do conflito de cinco meses, do qual já resultaram mais de 2.700 mortos, sublinhou o primeiro-ministro.

“Eu ficaria feliz que a paz se instalasse no meu país mas a questão é a que preço”, sublinhou.

“Vamos bater-nos pelo nosso país e pela nossa independência”, concluiu.