Este domingo haverá uma marcha mundial num apelo à ação contra as alterações climáticas e Ban Ki-moon, o secretário-geral das Nações Unidas, vai juntar-se à manifestação. “Vou estar de braço dado com aqueles que marcham por uma ação relacionada com o clima. Estaremos com eles do lado certo deste assunto chave para o nosso futuro”, referiu em comunicado de imprensa publicado esta noite.

É raro os mais altos representantes de Estado ou das organizações mundiais estarem presentes nesse tipo de manifestações, o que demonstra a importância que Ban Ki-moon atribui ao tema. “Ações sobre as alterações climáticas são urgentes. Quanto mais adiarmos, mais vamos pagar em vidas e em dinheiro”, disse o secretário-geral esta quarta-feira em antecipação da cimeira que irá decorrer na próxima semana em Nova Iorque. Juntando 125 líderes mundiais, vai ser a primeira cimeira sobre este tema desde 2009 em Copenhaga, na Dinamarca.

A cimeira tem como objetivos mobilizar os líderes políticos para um acordo climático universal no próximo ano na Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em Paris, e criar medidas que reduzam as emissões de gases com efeito de estufa. Será o ator Leonard di Caprio a dar início à cimeira no dia 23 de setembro, depois de ter sido nomeado por Ban Ki-moon como mensageiro de paz das Nações Unidas com especial responsabilidade nas alterações climáticas, noticiava o Guardian.

Marcha contra as alterações climáticas

Este domingo tem lugar o maior evento mundial relacionado com as alterações climáticas. Espera-se que pelo menos 150 países adiram às marchas e que se realizem mais de dois mil eventos a nível mundial. Só na cidade de Nova Iorque são esperadas 100 mil pessoas e mais 10 mil em Bogotá, na Colômbia. E ainda, uma marcha de crianças de uma escola primária na Papua Nova Guiné e do povo Masai, na Tanzânia. Para simbolizar a necessidade de todas as nações se unirem para resolver este problema será criado um cordão humano que atravesse a fronteira do Canadá-Estados Unidos junto à cidade de Vancouver.

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A mobilização das pessoas pelo clima (People’s Climate Mobilisation) dá o mote a este movimento, porque os líderes dos países têm falhado na concretização de medidas de preservação do ambiente. Um deles é o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que estará em Nova Iorque na próxima semana, mas não para frequentar a cimeira, noticiava o Guardian. Sendo a Austrália o segundo maior exportador de carvão e sendo a queima de combustíveis fósseis uma das principais fontes de gases com efeito de estufa, a associação australiana 350.org, uma das organizadoras da marcha, insta o primeiro-ministro australiano a estar presentar na cimeira promovida pelo secretário-geral das Nações Unidos Ban Ki-moon.