Luís Marques Mendes disse este sábado que, apesar de existir um “mal-estar entre PSD e CDS”, não vai haver rutura na coligação. “Se alguém pensa que vai haver crise política, desengane-se”. Isto porque, de acordo com o comentador, o PSD “não quer perder a imagem de estabilidade” e os dois partidos da coligação percebem que “se provocarem uma crise são corridos pelo eleitorado”. “Levam uma sova dos portugueses”, acrescentou.

O comentador referia-se ao braço de ferro entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas sobre a redução no IRS. Sobre este tema, Marques Mendes pensa que “só não haverá uma redução no IRS por birras entre PSD e CDS” e que se isso acontecer “quem paga a fatura é o povo que continua a pagar impostos elevadíssimos”. Assim, deixou uma recomendação ao Governo. “Recomendava que fizessem alguma redução da sobretaxa do IRS”. Segundo Marques Mendes, a sobretaxa do IRS foi “uma medida excecional para um tempo excecional” e, de acordo com o comentador, “já não estamos num tempo excecional”.

Ainda assim, e apesar de considerar que não haverá rutura, Marques Mendes considera que o mal-estar no seio da coligação só acaba quando PSD e CDS decidirem se farão ou não coligação em 2015. “Se não fizerem coligação para daqui a um ano estão a suicidar-se”, disse, considerando que se os dois partidos concorrerem separados estarão a “dar a Costa um passeio facilitado até às eleições”.

Sobre a eleição de Costa nas primárias do passado domingo, Marques Mendes referiu que o candidato a primeiro-ministro pelo PS “tem de inovar” e não pode “trazer a tralha socrática”. O comentador considera que a semana correu “muito bem” a António Costa, mas aponta-lhe um erro: o de ter já revelado que votará contra o Orçamento do Estado para 2015. “Então o Orçamento ainda não foi a Conselho de Ministros e António Costa já está a dizer que vai votar contra? Isto é próprio de um estadista?”.

Sobre uma possível remodelação no Governo, Marques Mendes considera que “já passou o tempo de algumas remodelações possíveis” e que Passos Coelho não vai fazer nenhuma remodelação. Mas o comentador considera isto um erro porque há a “ideia de que este Governo se esgotou com a troika” e “um novo ciclo precisava de novas caras e de novas atitudes”. Marques Mendes disse, ainda, que o Governo se deve preocupar em adotar “um discurso novo de esperança”, ao mesmo tempo que se vira para o eleitorado mais ao centro. “Costa é mais à esquerda do que era Seguro. O espaço ao centro pode ser usado por Passos”.

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