A Hewlett-Packard vai dividir-se em duas empresas, diz o Wall Street Journal. De um lado, fica a área de negócio reservada aos computadores pessoais e às impressoras. De outro, ficam os equipamentos de hardware para empresas e as operações de serviços financeiros e de software. A medida faz parte do plano de reestruturação da empresa, que visa travar a queda nas vendas.

De acordo com fontes próximas do processo, a operação será anunciada pela empresa norte-americana esta segunda-feira. A separação será feita através de uma distribuição de ações aos acionistas – uma operação sem implicações fiscais -, durante o próximo ano, revelou uma das fontes.

Se a divisão correr como planeado, a rutura dará origem a duas empresas cotadas em bolsa de forma autónoma, com receitas anuais superiores a 50 mil milhões de dólares norte-americanos, ou seja, 39,95 mil milhões de euros.

Não é a primeira vez este ano que existe uma iniciativa empresarial do género. Na terça-feira passada, o eBay anunciou que vai separar-se da PayPal na segunda metade de 2015, tornando o sistema de pagamentos eletrónicos numa empresa independente e cotada em bolsa.

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A justificação recai na crença de que operações com perfis diferentes têm uma melhor gestão se estiverem inseridas em duas empresas e a HP vê mais potencial de longo prazo na parte do negócio que se dedica ao hardware e serviços. Segundo Ralph Wuthworth, investidor da HP, a iniciativa pode ser uma “jogada brilhante no momento certo da reviravolta”.

O Wall Street Journal avançou anteriormente que a HP esteve em conversações com a EMC, empresa que fornece sistemas para infraestrutura de informação, software e serviços, para uma eventual fusão, mas o tema já foi encerrado. Com a separação das duas empresas, o caminho para uma eventual fusão pode estar novamente aberto, diz a publicação.

Segundo as fontes contactadas pela publicação, a presidente da HP, Meg Whitman, será chairman, presidente não executiva, do negócio dos computadores e impressoras e líder da segunda empresa, que se chamará Hewlett-Packard Enterprise.

Meg Whitman tem vindo a trabalhar num plano de reestruturação da empresa há vários anos para travar a queda que a empresa tem sentido nas vendas. Apesar de as ações terem vindo a subir desde o início do ano passado, continuam muito abaixo dos valores a que chegaram na década de 1990, em pleno boom tecnológico.