“Claro que queremos mais investimento, o problema é quando nos vimos confrontados com o problema do défice e é preciso reduzi-lo. A primeira coisa que se faz é cortar no investimento público”, afirmou o secretário-geral da OCDE sobre a atual situação de Portugal. Na revisão anual que esta organização faz das regiões dos vários países que acompanha, o relatório aponta a importância da reorganização administrativa, os problemas de desemprego que subsistem em algumas cidades como o Porto e diz que Portugal é o 7º país com mais disparidade de PIB per capita entre as suas regiões.

“Agora que a troika saiu de Portugal – eu sei que os sacrifícios foram difíceis e desde já elogio os portugueses e o seu Governo pelos esforços -, deve dar maior importância ao investimento”, assegurou o mexicano numa conferência de imprensa em Bruxelas após a apresentação do relatório sobre o bem-estar nas regiões dos países da OCDE e o relatório anual sobre as regiões desses mesmos países.

Este ultimo relatório aponta que “a crise fez com que o investimento baixasse” e “houvesse um aumento substancial do desemprego”, apontando que as regiões com menos pessoas empregadas como Algarve e Lisboa têm também como explicação a especialização económica dessas mesmas regiões – no Algarve é apontado o turismo. Para o secretário-geral da OCDE, o investimento daqui para a frente em Portugal não deve só partir do Governo, mas também do setor privado, encontrando mais parcerias na saúde e na educação. “Portugal é um bom exemplo que as reformas funcional, mas precisam de tempo”, afirmou.

O relatório aponta ainda que Portugal é o sétimo país (em mais de 30, incluindo Estados Unidos, Canadá e México) em que a discrepância entre regiões mais cresceu no que diz respeito ao PIB per capita .

Sobre o desemprego, a OCDE aponta que cidades como o Porto ou Berlim já se debatiam com este problema mesmo antes da crise, mas que agora, uma grande parte das maiores metrópoles nestes países se debate com um aumento de 50% nas pessoas que não têm trabalho.

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