A Comissão Europeia (CE) aprovou os planos do Reino Unido para subsidiar a construção e operação de uma nova central nuclear, depois de as autoridades terem alterados os termos de financiamento do controverso projeto.

O vice-presidente da CE e comissário europeu da Concorrência, Joaquín Almunia, disse esta quarta-feira que após as mudanças feitas no plano de financiamento do Estado britânico à central nuclear, com vista a “limitar as distorções da concorrência” e que vão levar a “importantes poupanças dos contribuintes britânicos, Bruxelas considerou que o apoio público “é compatível com as regras das ajudas de Estado”.

Várias organizações, como a ‘Greenpeace’, têm vindo a protestar contra este projeto e o que consideram uma “claudicação” da Comissão Europeia perante a indústria nuclear, à custa dos contribuintes e do meio ambiente.

Também a organização ambientalista portuguesa Quercus acusou a semana passada a Comissão Europeia cessante, liderada por Durão Barroso, de apoiar a construção de uma central nuclear britânica à custa dos contribuintes e afirmou que “Durão Barroso prepara-se para deixar um dos piores legados na área da energia, pois contribuiu ativamente para a redução do apoio às energias renováveis e à eficiência energética, ao mesmo tempo que promove o apoio de dinheiros públicos às fontes de energia mais poluentes e menos sustentáveis”.

Após estas declarações, na sexta-feira, fonte da Comissão Europeia disse à Lusa que “cumpre apenas às autoridades britânicas, e só às autoridades britânicas, a decisão de subsidiar a construção de centrais nucleares” e que a intervenção da Comissão tem apenas que ver com aceitar o envolvimento, ou não, de ajudas estatais no projeto de modo a “garantir que a ajuda do Estado ao projeto não conduza a distorções indevidas de competitividade no Mercado Único”.

A central de Hinkley Point, no Reino Unido, terá dois reatores e será operada pela empresa francesa EDF. É a primeira a ser construída no Reino Unido desde 1995 e a primeira no mundo desde o desastre de Fukushima, no Japão, em 2011.

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