É um abrigo para os refugiados da Síria. O projeto que convenceu o júri do concurso de arquitetura promovido pela Open Online Academy é português e vai estar exposto na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre 1 e 12 de dezembro. Mas Ângela Pinto, Joana Lacerda e Carla Pereira, as mentes por trás do galardão, não têm dinheiro para fazer a viagem e apresentar o projeto.

Desempregadas, as arquitetas andam à procura de apoios que financiem a deslocação à cidade que nunca dorme. É que a Open Online Academy, fundada por Ivan R. Shumkov, professor e presidente da Harvard Architectural and Urban Society Alumni, não cobra propinas aos estudantes, logo, o prémio não é monetário. Contudo, abre a porta ao reconhecimento e à promoção dos projetos além-fronteiras.

As arquitetas querem mostrar que, “mesmo estando desempregadas e em tempos de crise, existe sempre um lugar para quem não se desvincula das suas convicções perante a profissão“, explicam, no comunicado que enviaram às redações.

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O projeto, que é um abrigo para refugiados da Síria, vai estar exposto em Nova Iorque

Depois de ser apresentado em Nova Iorque, o projeto segue para a Asia Society, em São Francisco, e será destacado numa publicação norte-americana da especialidade. A construção do abrigo ficará a cargo de várias Organizações Não Governamentais.

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Ângela Pinto, Joana Lacerda e Carla Pereira são amigas e ex-colegas da Universidade Lusíada do Porto. Concorreram ao “Designing Emergency Shelters”, promovido pela Open Online Academy, porque se interessam pelo “caráter humanitário e social que a arquitetura deve ter“.

O objetivo do concurso era criar abrigos para vítimas de guerras ou de desastres naturais, que fossem fáceis de construir por várias organizações internacionais, como o Grupo Banco Mundial. A solução encontrada pelas recém-licenciadas em arquitetura tem um custo final de 848,40 euros.

“A arquitetura deve ser, acima de tudo, um meio para promover a dignidade humana, e que a essência reside mais nas causas do que propriamente nos interesses económicos que assombram a profissão”, dizem.

Quem quiser ajudar o talento português a viajar pode entrar em contacto com as arquitetas através do e-mail crosshandsteam@gmail.com.