Os investidores já fizeram soar o alarme. A equipa de Eduardo Stock da Cunha que se prepare: vai ter de se esforçar para conseguir atrair ofertas públicas de aquisição superiores a 2,45 mil milhões de euros, mais de metade dos 4,9 mil milhões que o Fundo de Resolução injetou no Novo Banco, diz o Financial Times.

De acordo com a informação avançada pela publicação, há um investidor que afirma que os novos gestores do Novo Banco “vão ter sorte se conseguirem metade” dos 4,9 mil milhões de euros que precisam, por causa dos riscos que ainda pairam sobre o banco e das fracas estimativas para a economia portuguesa.

Outro especialista em banca disse à mesma publicação que o leilão sobre o banco pode nem acontecer se a instituição não conseguir atrair ofertas suficientemente elevadas. Caso o valor da venda seja inferior a 4,9 mil milhões de euros, os bancos portugueses, que fazem parte do Fundo de Resolução, vão ter de injetar o capital em falta.

“Está fora de questão que o Novo Banco possa ser vendido por um valor próximo dos 4,9 mil milhões de euros”, disse um analista do setor bancário português ao Financial Times, acrescentando que “não existe nenhum banco português que valha o valor contabilístico do seu capital social”.

Se os bancos tiverem de intervir, os contribuintes perdem dinheiro com a medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal – a que dividiu o antigo BES no Novo Banco e no bad bank -, porque a Caixa Geral de Depósitos será chamada a intervir, explicou o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, durante o debate quinzenal no Parlamento, na semana passada.

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Os especialistas esperam que a instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha recupere parte da linha de crédito do BES Angola, no valor de 3,3 mil milhões de euros. O valor seria aplicado no reforço da capitalização da instituição, o que poderia ter um impacto “crucial” no valor da instituição.

Os receios dos analistas prendem-se, agora, com o número de depositantes que podem ter fugido do Novo Banco desde que foi anunciada a medida de resolução, sobretudo depois de os Certificados de Aforro terem atingido níveis recorde nos últimos meses.

Entre os possíveis compradores da instituição, que nasceu a 4 de agosto de 2014, está o espanhol Santander Totta e o português Banco BPI. O processo de venda da instituição vai ser intermediado pelo BNP Paribas e o objetivo é o de que o Governo chegue a um acordo antes das eleições legislativas, agendadas para outubro de 2015.