O investimento das empresas públicas voltou a cair no ano passado, pelo quinto ano consecutivo, atingindo o valor mais baixo desde 2005. O relatório do setor empresarial do Estado para 2013 revela que as empresas públicas não financeiras investiram no ano passado 1081 milhões de euros.

Este valor representa uma queda de 34% face a 2012 e é o investimento mais baixo desde que começou a ser publicado o documento sobre a situação económica das empresas do Estado, em 2006, mas com dados de 2005. A queda do investimento das empresas não financeiras têm sido uma constante desde 2009, ano em que o governo de Sócrates tinha em marcha um plano anti crise que apostava no investimento público.

Esta evolução acentuou-se nos anos de intervenção da troika. O investimento recuou mais de 70% entre 2011 e 2013, o que tem duas explicações. As dificuldades financeiras do Estado e do setor empresarial público obrigaram a cortar fundo nas despesas com investimento. Mas o processo de privatizações também tem vindo a reduzir o universo do setor público, com a venda de empresas como os CTT e a ANA, embora as contas do investimento excluam a holding Parpública que integra as empresas e participações públicas em processo de alienação

Em 2013, a grande responsável pela baixa do investimento foi a Parque Escolar que mobilizou menos 344 milhões de para a reabilitação de escolas. O relatório sobre o setor empresarial do Estado refere ainda a redução do investimento por parte do Metro de Lisboa, Porto de Sines, Refer e várias unidades do setor da saúde.

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O documento divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério das Finanças dá nota também da mudança das fontes de financiamento do investimento, com uma queda do recurso a empréstimos e subsídios, e um reforço da utilização de fundos próprios. No ano passado, o endividamento das empresas do Estado cresceu 1,8% para 34784 milhões de euros.

Em 2013, as empresas não financeiras do Estado registaram um lucro agregado de 337 milhões de euros, que reflete uma melhoria de 885 milhões face ao ano anterior. Esta evolução foi muito influenciada pelas mais-valias geradas com privatizações. O cenário muda se incluirmos o setor financeiro, já que a Caixa Geral de Depósitos registou o maior prejuízo da sua história, de 576 milhões de euros.

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