As atas da reunião do conselho de administração do Banco Espírito Santo (BES), revelada hoje pelo Diário Económico, confirma que a Eurofin foi intermediária de um conjunto de transações que permitiram desviar 780 milhões de euros do banco para pagar dívidas do Grupo Espírito Santo (GES).

O esquema Eurofin, visado na auditoria forense à anterior gestão do BES, foi detetado pela auditoria KPMG e contribuiu para os prejuízos de 3,6 mil milhões de euros que foram conhecidos nesse mesmo dia. Em causa está a venda de obrigações do BES com promessa de recompra, operações onde a Eurofin atuava como intermediária.

Segundo as atas citadas pelo Diário Económico, terão sido desviados 780 milhões de euros, através de pagamentos realizados através de quatro offshores, que foram utilizados para recomprar a dívida do GES vendida a clientes do banco. Nessa medida, os fundos serviram para financiar o grupo que era o maior acionista do banco.

Tal como o i já tinha também revelado, o esquema permitiu também registar mais-valias que resultaram a diferença do valor da emissão das obrigações e o preço de venda dos títulos por parte de um intermediário, só que esses ganhos contabilísticos revelaram-se perdas avultadas para o banco.

A informação sobre as operações Eurofin só foi revelada, adianta o Económico, depois da KPMG ter ameaçado não assinar as contas semestrais. O tema deverá ser abordado na audição do governador do Banco de Portugal que marca o arranque da comissão de inquérito na segunda-feira às nove da manhã.

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