Rodrigo Pires, Bruno Azevedo, Miguel Sousa e Ricardo Soares querem otimizar o consumo de energia no transporte de cargas refrigeradas. E em 2013 começaram a desenvolver a solução de mobilidade elétrica que daria origem à WeTruck. O projeto voou até ao México e o júri do concurso de empreendedorismo RedEmprendia Spin2014 não lhe foi indiferente: o modelo de negócio da WeTruck foi considerado o segundo melhor da competição, na categoria Model2 Market. Para casa, os empreendedores trouxeram cerca de 16 mil euros.
“A distinção do México é um reconhecimento importante, por ter envergadura internacional. Este reconhecimento motiva-nos a fazer o nosso trabalho cada vez melhor, sentindo que a nossa tecnologia é considerada importante, mesmo além fronteiras”, explicou Ricardo Soares ao Observador.
A ideia nasceu durante a tese de mestrado de Bruno Azevedo, atual presidente da empresa, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde os quatro estudavam Engenharia Eletrotécnica. Daí, partiram para o desenvolvimento de um kit capaz de gerar, recuperar e armazenar energia elétrica a bordo de veículos refrigerados, que pretende reduzir o consumo de combustível dos camiões frigorífico.
Segundo os jovens, os veículos de transporte de cargas refrigeradas “têm níveis de consumo de combustível muito elevados, emissões de CO2, custos de manutenção e ruído”, explicam, em comunicado. Atualmente, a equipa está focada a 100% no desenvolvimento da tecnologia e o próximo passo é o teste do protótipo em condições reais. “Para que, em breve, possamos medir os primeiros benefícios para o cliente”, explicou Ricardo Soares.
A ida ao México surgiu depois de a equipa ter vencido a edição de 2014 do concurso de empreendedorismo IUP25K, que a Universidade do Porto elabora com o Banco Santander Totta, no valor de de 15 mil euros. E não se ficou por aqui. Também em 2014, a startup foi uma das empresas selecionadas para o inREs, uma iniciativa de aceleração de negócios na área das tecnologias de informação e comunicação (TIC), coordenada pelo programa Carnegie Mellon Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Juntamente com outros três projetos, a WeTruck teve oportunidade de desenvolver a tecnologia portuguesa no acelerador para startups da universidade norte-americana Carnegie Mellon, durante oito semanas. Além desta, o inRes é apoiado pelo Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, pela Pittsburgh Regional Alliance, pela University Technology Enterprise Network Portugal e pelo INESC TEC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Tecnologia e Ciência).
A WeTruck também é uma das empresas portuguesas que vai receber investimento da KIC InnoEnergy, empresa europeia focada na educação, inovação e criação de negócios na área da energia sustentável, que investe até 100 mil euros em startups, a troco de uma percentagem de ações.
A RedEmprendia é uma rede universitária ibero-americana, constituída por 24 universidades, cujo objetivo é incentivar a transferência de conhecimento, o desenvolvimento tecnológico e o empreendedorismo responsável. O Spin2014 é uma iniciativa da rede juntamente com a Universidade Nacional Autónoma do México, o Tecnológico de Monterrey, o Instituto Politécnico Nacional, a Universia e o Banco Santander.
No México, a categoria Model2Market teve 20 finalistas, oriundos da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Perú e Portugal. O RedEmprendia Spin2014 pretende ajudar os empreendedores a darem o salto da universidade para a empresa, através de um programa de formação ministrado pelo IC2 Institute, da Universidade de Texas.