Depois de ter terminado o contrato com o grupo que geria o centro, em novembro de 2013, e de o vínculo não ter sido renovado por falta de visto do Tribunal de Contas, a Administração Regional de Saúde (ARS) assumiu a gestão da unidade, em São Brás de Alportel, e “viu-se obrigada a encerrar 10 das 54 camas de internamento para manter a qualidade dos tratamentos”, disse à Lusa o presidente da entidade regional, João Moura Reis.

“Posso dizer o que oficiosamente sei, que é que vai ser dada autorização. O ‘timing’ em si não sei dizer, porque não posso fazer futurologia. De qualquer das maneiras sei que iremos ter num curto espaço de tempo autorização” para contratar os profissionais em falta para substituir aqueles que saíram por “motivos legítimos”, afirmou o responsável.

Esta autorização que permite “a contratação de efetivos para preenchimento de vagas não depende só da tutela, depende também do Ministério das Finanças”, acrescentou Moura Reis.

Ainda assim, o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro, manifestou à Lusa a sua “preocupação” pela “demora” na substituição dos profissionais.

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Vítor Guerreiro lamentou que, após a passagem da gestão para a ARS, se tenha verificado, “logo em fevereiro, o encerramento de 10 camas de internamento por falta de médicos fisiatras” e que se tenha “perdido, pouco a pouco, alguma capacidade na resposta”.

“Neste momento estão a funcionar 44 das 54 camas, continuam 10 camas encerradas, também houve bastantes constrangimentos relativamente à aquisição de medicamentos para o centro, uma vez que a farmácia da ARS não estaria preparada para este tipo de unidade e com medicamentos para este tipo de tratamentos”, afirmou Vítor Guerreiro.

O autarca frisou que, apesar de ter “sido sempre garantido por parte da ARS que os constrangimentos existentes iriam ser ultrapassados de imediato”, isso “não se verificou” e “o Ministério da Saúde aprovou, mas o Ministério das Finanças recusou a autorização” para contratar pessoal.

Vítor Guerreiro criticou também “a burocracia” e a “morosidade” nos mecanismos de contratação da ARS, cujo presidente reconheceu “não serem tão céleres como desejado”. Contudo, disse, podem “em breve” ser ultrapassados com a abertura de um concurso para a colocação dos profissionais necessários.

João Moura Reis anunciou ainda que há um grupo de trabalho a preparar um concurso internacional para atribuir a gestão do centro a um novo operador e que se pressupõe que este processo esteja terminado, “na pior das hipóteses, no primeiro semestre de 2015”.

“Há dois anos que há uma comissão para preparar um concurso internacional. Parece-me que é tempo mais do que suficiente para resolver estas questões”, contrapôs o autarca.