Duzentos e trinta e cinco anos depois da sua primeira inauguração, a Igreja dos Clérigos, considerada o `ex-libris´ da cidade do Porto, reabre ao público com uma missa solene, celebrada pelo bispo do Porto e pelo patriarca de Lisboa, destinada, sobretudo, às 221 pessoas que trabalharam na obra.

O monumento é devolvido ao Porto com novas valências, nomeadamente nova entrada, acesso a pessoas com mobilidade reduzida, elevador, museus e concertos de órgãos de tubo, afirmou hoje à Lusa o presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar.

As obras na Igreja dos Clérigos puseram a descoberto uma cripta do século XVIII com pelo menos dez sepulturas e o presidente da Irmandade admite que uma delas seja do arquiteto Nicolau Nasoni.

O arquiteto italiano foi quem, há mais de 200 anos, projetou o templo e a torre anexa, de 76 metros de altura e com uma escada em espiral com 240 degraus.

As obras de renovação, lançadas a 23 de dezembro de 2013, substituíram os “cinzentos, pretos e a sujidade” das paredes, mármores, altares, mobiliário, esculturas e pinturas pelos “rosas, brancos e dourados”, devolvendo ao monumento o “esplendor” de 1779, considerou o padre Américo Aguiar.

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O espaço intervencionado rondou os 4.500 metros quadrados, foram instalados 13 quilómetros de cabos elétricos e gastos 60 quilos de algodão, 140 mil folhas de ouro e 200 litros de álcool etílico.

O investimento total foi de 2,6 milhões de euros, comparticipados em 1,7 milhões pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), cabendo os restantes 800 mil euros à Irmandade dos Clérigos, com recurso a financiamento do programa Jessica.

O padre Américo Aguiar lembrou que para gerar receita, a irmandade irá cobrar entrada nos museus e, tal como já acontece, na torre, mas a igreja manter-se-á de acesso gratuito.