O ministro da Saúde assegurou esta quinta-feira que vai aumentar o “nível de exigência” na contratação de entidades prestadoras de serviços e que vão ser criadas “forte penalizações” para quem não cumprir “aquilo com que se comprometeu”.

Em Guimarães, numa visita aos serviços de maternidade e urgência no Hospital de Nossa Senhora de Oliveira, Paulo Macedo explicou à Lusa que a escolha de uma entidade para prestar serviços de saúde, “sempre em situação de recurso”, é feita por concurso público, mas referiu que os prestadores selecionados têm mostrado “falta” de capacidade em responder quando são solicitados.

O titular da pasta da Saúde referia-se às dificuldades de acesso às urgências do Hospital Amadora-Sintra na época natalícia por falta de médicos, com casos de utentes que esperaram 20 horas para serem atendidos, e à dificuldade sentida pela unidade hospitalar para contratar profissionais para a noite de Ano Novo.

“Vamos ser mais exigentes com as empresas ou entidades unipessoais no conjunto de critérios com que se vão apresentar a concurso e criar fortes penalizações para quem está a contratar com o Estado, que está de boa-fé, e depois não cumpre”, assegurou Paulo Macedo.

Segundo o ministro, que salientou haver “cada vez menos recursos à contratação de prestadores de serviços” nos hospitais portugueses, a medida “deve ser a exceção”, mas, quando ocorre, tem de ser através de um concurso público no qual uma empresa ou pessoal se compromete com vários pressupostos.

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“As empresas concorriam e diziam que tinham uma capacidade e depois quando esta empresa com quem o hospital contratava era chamada em vários casos não tinham esses recursos”, explicou.

Ainda sobre as urgências, Paulo Macedo deu conta de que na noite de quarta para quinta-feira “não houve casos a assinalar” pelo país, não se tendo registado tempos de espera “fora do normal” e com a “normalidade” de volta ao serviço de urgências no Hospital Amadora-Sintra.

O governante realçou ainda uma diminuição no recurso às urgências hospitalares em relação à quadra natalícia para a qual o alargamento de horários em alguns centros de saúde, nomeadamente na Grande Lisboa, terá contribuído.

“Cerca de 17 centros de saúde [na área de Lisboa] prolongaram o horário dia 30, 31 e vão prolongar amanhã, o que contribuiu para que as pessoas não recorressem tanto às urgências. Além disso, lançámos uma campanha na linha Saúde 24 para as pessoas contactarem primeiro e só depois se dirigirem para as urgências”, apontou.