A Transportadora Aérea de Cabo Verde (TACV) vai retomar na próxima semana os voos para a ilha cabo-verdiana do Fogo, suspensas na sequência da erupção vulcânica que afeta a ilha desde o dia 23 de novembro.

A informação foi avançada hoje pela companhia aérea, indicando que a decisão foi tomada na sequência de uma visita técnica efetuada por uma equipa do Departamento de Qualidade e Segurança Operacional à pista do aeroporto de São Filipe no dia 30 de dezembro, para analisar a situação.

“A reconfirmação do abrandamento da atividade vulcânica permite à companhia iniciar a programação dos voos em data a ser confirmada na segunda-feira dia 5 de janeiro”, lê-se no comunicado de imprensa da companhia aérea cabo-verdiana, citado pelo jornal A Nação.

Segundo a mesma fonte, a equipa técnica da TACV constatou a “aceitabilidade dos riscos” e recomendou o início das operações para a ilha do Fogo.

As autoridades aeronáuticas cabo-verdianas suspenderam em novembro indefinidamente os voos internos de e para a ilha do Fogo devido à elevada quantidade de cinzas e poeiras da erupção vulcânica.

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Na altura, havia um “alerta vermelho” da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, na sigla inglesa), que recomendou o desvio da rota para oeste a todos os aviões que utilizavam o espaço aéreo do arquipélago.

A ilha do Fogo dispõe apenas de um aeródromo onde aterram apenas aviões de pequeno porte, como os ATR 72 e ATR 42, dos TACV, não reunindo condições para receber aparelhos de maior dimensão.

O tráfego aéreo de e para as outras ilhas do arquipélago – Maio e São Nicolau, (ambos com aeródromos) – Cidade da Praia (Santiago), Sal, São Vicente e Boavista (aeroportos internacionais) não foram afetados nas operações.

A ligação à ilha do Fogo ficou confinada ao acesso por via marítima, a partir da Cidade da Praia, através do navio Crioula, da empresa privada Fast Ferry Cabo Verde, que opera nas tardes de segundas, quartas e sextas-feiras.

Hoje, os técnicos no terreno confirmaram que os tremores vulcânicos aumentaram nos últimos dias no vulcão, mas que isso não é alarmante e poderá corresponder à fase final da atividade vulcânica.

O vulcão entrou em erupção a 23 de novembro e os prejuízos estão avaliados em mais de 45 milhões de euros.

A população de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos no Fogo, continua a deslocar-se diariamente para os terrenos agrícolas que não foram consumidos pela lava, estando a recolher feijão e outros produtos e a cuidar dos animais.

A erupção vulcânica já consumiu duas localidades de Chã das Caldeiras (Portela e Bangaeira) e destruiu mais de 30% dos 700 hectares de terra cultivável e várias infraestruturas, mas não provocou vítimas.

Os cerca de 1.500 habitantes das duas povoações foram retirados de Chã das Caldeiras e grande parte deles está instalada em três centros de acolhimento no norte e no sul da ilha do Fogo.