A escola militar de Peshawar que há um mês foi alvo de um dos ataques mais sangrentos dos talibãs no Paquistão e provou a morte a quase 150 pessoas reabriu hoje, juntamente com grande parte das escolas no Paquistão.

A 16 de dezembro, sete homens armados infiltraram-se uma escola militar em Peshawar e mataram 132 alunos e mais nove funcionários da escola. Os sete talibãs, que terão provocado mais mortes com a explosão de uma bomba, terão disparado indiscriminadamente à medida que iam entrando nas salas aula. O ataque virou sequestro, com a chegada das forças de segurança paquistanesas ao local, e no final os sete atacantes acabaram por morrer no assalto final.

As restantes escolas também foram fechadas no resto do país para uma pausa de inverno mais alargada enquanto as autoridades reforçavam a segurança e anunciavam novas medidas para combater o terrorismo. Entre estas medidas está o regresso da pena de morte no país, que esteve suspensa desde o final da década passada, mas apenas para casos de terrorismo.

No local, a agência de notícias France Presse falou com Shahkrukh Khan, um estudante de 16 anos que foi baleado nas duas pernas enquanto fazia de conta que estava morto para não ser atacado pelos talibãs.

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“Perdi 30 amigos. Como é que me vou sentar numa sala vazia, como é que vou olhar para as carteiras vazias? (…) Tenho o coração partido. Todos os meus colegas morreram”, disse.

A segurança da escola continua reforçada, com pelo menos 20 soldados armados na entrada principal e controlos de segurança para entrar na escola semelhantes aos dos aeroportos. A escola foi ainda reforçada com muros mais altos e arame farpado, medidas que foram também implementadas a nível nacional.

O chefe das forças armadas do Paquistão, Raheel Sharif, fez uma visita não anunciada à escola, juntamente com a sua mulher, para cumprimentar os alunos que hoje regressam.