Centenas de funcionários do movimento de resistência islâmico Hamas ocuparam a sede do governo de união palestiniano, em Gaza, numa ação que prometeram manter até que os salários em atraso sejam pagos.

“A nossa ação é pacífica e não queremos destruir os bens públicos, mas ficaremos aqui até que os nossos membros sejam reconhecidos e que os seus salários sejam pagos”, disse Khalil al-Zayan, porta-voz do sindicato dos funcionários. “Não recebem há sete meses, não podem pagar as despesas familiares e isso é inaceitável”, acrescentou.

A crise entre o Hamas e o governo de união, composto por tecnocratas e nascido da reconciliação, na primavera, com o rival histórico Al Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e principal fação da Organização de Libertação da Palestina (OLP).

O Hamas exige que o novo governo de união regularize os salários dos 50 mil funcionários, que recrutou desde que assumiu o poder na Faixa de Gaza, em 2007, em substituição dos 70 mil trabalhadores da Autoridade Palestiniana. O governo de união comprometeu-se a restabelecer os cargos destes últimos, acrescentando que os funcionários do Hamas seriam integrados à medida das necessidades dos diferentes ministérios.

Apenas 24 mil funcionários do Hamas, que trabalham em áreas civis, receberam uma indemnização parcial de 1.200 dólares no final de outubro. Os restantes, e que integram os serviços de segurança, não receberam nada. “Estamos fartos de promessas falsas, por isso, ou o governo se demite, ou assume todas as responsabilidades relativamente a Gaza com o mesmo tratamento dado à Cisjordânia”, acrescentou Al-Zayan.

No final de dezembro, centenas de funcionários do Hamas bloquearam a sede do governo por ocasião da primeira visita de trabalho de uma importante delegação ministerial palestiniana.

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