O Hospital Garcia de Orta, em Almada, está a averiguar as circunstâncias da morte de um homem de cerca de 60 anos, que ocorreu no passado domingo na urgência daquela unidade de saúde, disse esta terça-feira à Lusa fonte hospitalar. O sexagenário terá morrido enquanto aguardava por atendimento médico, depois da triagem em que lhe foi atribuída uma pulseira amarela, informação que ainda não foi confirmada pelo hospital.

A Comissão Utentes da Saúde do Seixal também não avança para já com qualquer comentário sobre o sucedido, alegando que ainda não tem informações precisas sobre as circunstâncias da morte que ocorreu no Hospital Garcia de Orta, em Almada, no distrito de Setúbal.

“Não sabemos se a morte ocorreu porque era inevitável ou por qualquer outra razão”, disse José Sales, membro daquela comissão que reclama a construção de uma nova unidade hospitalar no concelho do Seixal, para melhorar a qualidade do atendimento médico na margem sul do Tejo.

Segundo José Sales, a demora no atendimento de doentes com pulseira amarela era de “cerca de duas horas” no passado domingo. “Há dias bem piores, em que os doentes podem ter de esperar sete ou oito horas”, disse.

Esta investigação junta-se assim a outras três já em curso: uma no Hospital de S. José, em Lisboa, a propósito da morte de um doente de 80 anos que terá estado à espera durante quase seis horas numa maca na sala de observações da urgência; outra no Hospital de S. Sebastião (Santa Maria da Feira), onde um homem de 57 anos morreu depois de ter aguardado por atendimento durante mais de cinco horas; e uma outra no Hospital de Peniche, onde uma mulher de 79 anos morreu enquanto estava a ser preparada para ser transferida para o Hospital das Caldas.

Algumas urgências registaram nos últimos dias do ano 2014 e nos primeiros deste mês altas taxas de afluência, com os tempos de espera a ultrapassarem mesmo as 20 horas em alguns casos. Para fazer face a estas situações, o Ministério da Saúde autorizou a contratação de tarefeiros acima do valor por hora legislado, em algumas instituições, bem como autorizou o alargamento do horário de funcionamento dos centros de saúde, por exemplo. Acontece que, segundo a oposição, estas medidas chegaram tarde. O ministro da Saúde explicou que o frio mais forte do que é normal para a época e o tipo de doentes – idosos mais doentes – que chegaram às urgências foram os principais motivos para a lotação de alguns serviços.

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