O Ministério da Saúde revelou esta segunda-feira que estão a ser avaliadas as mortes que ocorreram em urgências hospitalares, para perceber se estão relacionadas com o tempo de atendimento, e garantiu que, se for o caso, serão apuradas as responsabilidades.

A informação foi dada aos jornalistas pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, à margem da apresentação do relatório sobre a evolução das taxas de cesariana em Portugal. “Estamos a avaliar em relação a este número de mortos, as circunstâncias em que ocorreram”, para perceber se foram “mortes indevidas relativamente ao contexto de saúde e ao local onde se encontravam, disse, lembrando que “não há sistemas perfeitos” e que, por isso, importa “perceber de forma clara se estão relacionadas com falhas do sistema”.

Fernando Leal da Costa indicou que, após essa “análise aturada” para verificar se em termos estatísticos o que está a ocorrer em termos de mortes é acima do esperado e o que correu mal, as responsabilidades serão apuradas. O responsável sublinhou, contudo, que afirmar à partida que a existência de mais casos tem a ver com o tempo de atendimento é prematuro.

Segundo o governante, os “indicadores mostram que o tempo médio este ano até é mais baixo do que em anos anteriores” e “a mortalidade é inferior a 2011 e muitíssimo inferior a 1999, ano de mortalidade excessiva”. Leal da Costa lembrou ainda que todos os anos ocorrem mortes em serviços de urgência, o segundo serviço com maior número de mortes nos hospitais, a seguir às unidades de cuidados intensivos.

O secretário de Estado considera que os serviços “estão a funcionar bem e a dar resposta ao excesso de procura que se relaciona com a diminuição súbita da temperatura” e lembra que este inverno é o mais frio dos últimos 90 anos, a que acresce a circulação do vírus da gripe. Neste inverno já morreram sete pessoas em urgências hospitalares.

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