O Governo Regional dos Açores quer que os Estados Unidos financiem um “programa de apoio estrutural” à ilha Terceira de 167 milhões de euros anuais nos próximos 15 anos, para compensar a saída de militares norte-americanos das Lajes. Esta é uma das componentes do Plano de Revitalização Económica da Terceira do Governo açoriano, apresentado esta quarta-feira em Angra do Heroísmo pelo presidente do executivo regional, Vasco Cordeiro.

O socialista lembrou, no entanto, que a questão do impacto económico e social na Terceira – e nos Açores no seu conjunto – decorrente da retirada, este ano, de 500 militares e civis dos EUA da base das Lajes, e do despedimento de 500 portugueses pelos norte-americanos, “não é um assunto entre o Governo dos Açores e o Governo dos EUA”.

“Este é um assunto entre o Governo dos Açores e o Governo da República. E o Governo da República é o primeiro responsável pela ajuda, pela solidariedade para lidar com o impacto social e económico da decisão dos EUA. Se os Estados Unidos não avançarem do ponto de vista do financiamento, deve Portugal assumir as suas responsabilidades neste âmbito”, afirmou.

Insistindo em que o problema que representa para a Terceira a diminuição da presença dos EUA não é apenas do Governo Regional, Vasco Cordeiro sublinhou que “o país, no seu todo, tem um dever de solidariedade para com a Região Autónoma dos Açores, porque foi no interesse do país no seu todo que a base [das Lajes] foi cedida a um aliado e agora se vê afetada [a região] por essa decisão”.

O Governo dos Açores vai propor a execução do plano para a Terceira que hoje apresentou ao grupo de trabalho criado pelo Governo da República, e que foi anunciado pelo primeiro-ministro na semana passada, visando definir medidas para mitigar o impacto da decisão dos EUA.

O plano contempla 170 medidas que são da responsabilidade do Governo da República, do Governo Regional e das autarquias da ilha Terceira. Dentro do plano, o “programa de apoio estrutural à ilha” é apontado como sendo da responsabilidade do executivo nacional, pelo que o seu financiamento deve ser assegurado junto dos EUA pelo Governo da República.

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