Portugal vai começar a pagar antes parte do dinheiro emprestado pelo Fundo Monetário Internacional. A garantia foi dada pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque que está esta manhã a ser ouvida na Assembleia da República, confirmando uma notícia avançada em dezembro pelo Observador.

Na intervenção inicial, a responsável pela área das Finanças disse que o Governo vai “iniciar procedimentos necessários de reembolso antecipado ao FMI”, tal como fez a Irlanda.

Mais tarde, explicou aos deputados que “o Governo não vai reembolsar no prazo de dois, três meses os 26 mil mihões de euros [valor total do empréstimo do FMI)”, vai isso sim “fazer o reembolso na medida que a nossa capacidade de nos financiarmos no mercado nos permita acomodar esse reembolso”. O pagamento antecipado ao Fundo será assim “gradual”.

O que quer dizer então iniciar o processo? De acordo com a ministra o que será feito será uma negociação com os parceiros europeus para conseguir uma “autorização, chamemos-lhe assim”, disse, para “reembolsar o FMI sem reembolsar na mesma proporção os parceiros”, esclareceu. Garantiu ainda Maria Luís que este processo de reembolso antecipado vai “permitir poupanças”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Maria Luís não quantificou nem explicou no entanto qual vai ser o calendário de reembolso nem quando vai solicitar essa “autorização” a Bruxelas.

Disse apenas que esta questão se deve ao “sucesso da emissão de dívida” e referiu a emissão da dívida a dez e a 30 anos do passado dia 13 de janeiro o que, disse, é uma prova da “recuperação da credibilidade” do país.

Além disso, Maria Luís Albuquerque disse que o Governo tem neste momento “acumulado montante de reservas de liquidez muito significativas”, que, caso seja necessário, “permitem acomodar períodos de maior volatilidades dos mercados”.

De acordo com o calendário de amortizações de dívida direta do Estado do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Portugal começa a reembolsar o montante emprestado pelo FMI em 2015, estando prevista a amortização de 500 milhões de euros do envelope financeiro total de 26,91 mil milhões de euros concedido pelo Fundo.