Um grupo de financiadores do movimento pró-democrata de Hong Kong faz hoje publicar um anúncio no jornal norte-americano Wall Street Journal desafiando a China a respeitar a autonomia da cidade e a introduzir eleições livres. O anúncio surge na edição asiática do diário norte-americano, ocupa um quarto de página e apresenta dez pedidos ao Partido Comunista Chinês.

Entre os pedidos pode ler-se que Pequim se “abstenha de interferir nos assuntos administrativos de Hong Kong” e o “estabelecimento de um sistema de sufrágio universal genuíno” e a defesa dos direitos e liberdades da cidade.

O anúncio surge numa altura em que se mantém a tensão na antiga colónia britânica que regressou à soberania chinesa em 1997.

Depois de dois meses nas ruas, ocupando algumas das principais artérias da cidade, o Movimento Democrático de Hong Kong mantém a pressão sobre as autoridades locais para conseguir um sufrágio universal verdadeiro, que considera não estar consagrado na decisão de Pequim para a escolha do chefe do Governo em 2017.

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As autoridades chinesas revelaram que os eleitores de Hong Kong podem, livre e diretamente, escolher o próximo chefe do Governo em 2017, mas os candidatos ao cargo só podem ser sufragados depois da sua candidatura ser ratificada num comité de seleção que Pequim controla.

Edward Chin, gestor do fundo que patrocina o anúncio e apoia o movimento democrático de Hong Kong recordou que há pouco tempo nem ele se importava com a política, mas foram as mudanças na sociedade que o fizeram atuar e ser um dos impulsionadores do fundo que tem cerca de 70 apoiantes.

O mesmo responsável acrescentou que uma carta com as reivindicações seguiu para Pequim dirigida ao Presidente chinês, Xi Jinping.