Uma norte-americana de 19 anos, residente no Estado do Colorado, foi condenada a quatro anos de prisão depois de admitir que tinha intenções de se juntar ao Estado Islâmico para casar com um jiadista e para participar na guerra santa no Médio Oriente, disse a CNN na sexta-feira.

Shannon Maureen Conley é, de acordo com o canal de televisão, um dos primeiros cidadãos norte-americanos a ser condenado por conspiração para apoiar o Estado Islâmico. Os procuradores pediam a condenação da norte-americana também como forma de enviar uma mensagem e assim dissuadir outros de seguirem o mesmo caminho e o juiz acedeu aos pedidos da justiça norte-americana, numa decisão histórica.

A jovem mostrou-se arrependida e leu uma declaração em tribunal onde reconheceu que estava enganada quanto ao Estado Islâmico. “Só depois de ser presa descobri a verdade quanto ao EI, que fui ensinada a respeitar. Tive a oportunidade de ler o Corão”, disse Shannon Maureen Conley, concluindo que as mensagens que lhe chegavam sobre o Islão através das pesquisas na internet distorciam o livro sagrado desta religião.

“Apesar de estar comprometida com a ideia da jiade, nunca quis magoar ninguém. Foi sempre para defender os muçulmanos”, disse, acrescentando que todo o processo foi uma experiência que mudou a sua vida. Agora, sublinhou, quer ser “uma agente do bem”. Por isso mesmo, pediu em tribunal que a deixassem provar que não era uma “ameaça para a sociedade”.

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“Os terroristas venceram esta batalha”

Os pais de Shannon Conley emitiram um comunicado depois de ser conhecida a sentença, onde criticaram o sistema jurídico norte-americano por ter usado a sua filha como exemplo para impedir que outros se juntem à jiade. “Se o Governo está disposto a sacrificar o futuro de uma cidadã norte-americana de 19 anos para darem uma lição… então sentimos que os terroristas venceram esta batalha da guerra contra o terrorismo”, diz o comunicado, segundo a CNN.

Shannon Maureen Conley foi detida em julho de 2014 no aeroporto de Denver, tendo dito às autoridades que se dirigia para a Turquia, onde ia esperar por um membro do Estado Islâmico na Síria, um homem que havia conhecido online e com quem planeava casar. Além disso, Shannon Conley, auxiliar de enfermagem, desejava tornar-se enfermeira num campo do grupo jiadista.

A jovem converteu-se ao Islão, o que era do conhecimento dos pais, Ana Maria e John Conley. Estes não sabiam, no entanto, que a filha tinha interesse na jiade. Mas John Conley chegou a encontrar a filha a falar no Skype com o membro do EI com quem queria casar. Os dois pediram a bênção do pai, que recusou. Foi também o pai que avisou o FBI de que a filha tinha uma viagem marcada para a Turquia, depois de encontrar o bilhete na sua secretária.