O ministro do Petróleo e Recursos Minerais timorenses, Alfredo Pires, é um dos governantes que deixa o executivo, no âmbito da reestruturação que o primeiro-ministro timorense vai realizar em fevereiro, confirmou esta segunda-feira fonte do seu gabinete. “Ficámos em choque. Não estávamos à espera desta decisão”, comentou à agência Lusa fonte do seu gabinete.

Alfredo Pires foi um dos ministros que esta segunda-feira recebeu uma das cartas de Xanana Gusmão a dizer se fica ou não no novo Governo, missivas que informam os que saem que devem preparar-se para se demitir até 01 de fevereiro.

A saída do ministro que dirige o setor mais importante de Timor-Leste – é responsável pela quase totalidade das receitas do país – causou “surpresa”, tanto entre responsáveis de instituições do Governo ligadas ao setor, como de empresas petrolíferas ouvidas pela Lusa. “Ninguém estava à espera”, disse à Lusa fonte de uma das empresas do setor, considerando que Alfredo Pires era tido como um “interlocutor sério”. “Causou muita surpresa”, reforçou outra fonte da Autoridade Nacional do Petróleo ouvida pela Lusa.

Fonte do executivo timorense disse hoje à agência Lusa que as cartas enviadas por Xanana Gusmão “eram de dois tipos”: para os que vão continuar no Governo, a pedir para se prepararem “para a nova estrutura”, e para os que saem, para que se preparem para a resignação “até 01 de fevereiro”.

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“O primeiro-ministro escreveu a todos os 55 membros do executivo. Uns para dizer que ficam, outros para dizer que saem”, afirmou a fonte governamental. A mesma fonte confirmou à Lusa que outra das pessoas que não vai fazer parte do novo executivo é a ministra das Finanças, Emilia Pires, que terá até, segundo outra fonte, formalizado já a sua demissão. Posição idêntica terá tido também a vice-ministra das Finanças, Santina Cardoso, que apresentou a sua demissão a Xanana Gusmão.

Uma outra fonte do executivo avançou à Lusa que também o ministro dos Transportes, Pedro Lay, terá apresentado a sua demissão ao primeiro-ministro.

Hoje, o líder da Fretilin, Mari Alkatiri, disse à Lusa que membros do partido podem participar no próximo Governo, não em nome do executivo, mas de forma individual, como “elementos válidos” que podem contribuir para corrigir distorções. Questionado sobre se existiram já convites a membros do partido, o líder do maior partido da oposição timorense disse que os convites “são a pessoas da Fretilin e não à Fretilin”.