Na Arábia Saudita, os homens; no Barém, as mulheres. A ideia é surreal, mas foi feita. O príncipe Fahad bin Jalawi al-Saud, um consultor em relações internacionais para o Comité Olímpico da Arábia Saudita, falou sobre a possibilidade da realização de uns Jogos Olímpicos com segregação por género, em entrevista ao jornal francês Francs Jeux.

A ideia de Fahad: todos os eventos com homens realizar-se-iam na Arábia Saudita e ao país vizinho, o Barém, ficariam reservados os eventos femininos. Durante a entrevista, o príncipe argumentou que, de acordo com a reforma da Agenda Olímpica 2020, uma proposta de acolhimento conjunta por dois países, com segregação por género, podia vir a ser aceite.

Mas não demorou muito até esta proposta ser tornada numa ficção histórica. O presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, emitiu um comunicado em que rejeita totalmente a ideia, conta o Independent.

“Um compromisso de ‘não discriminação’ vai ser obrigatório para todos os países que queiram acolher uns jogos Olímpicos no futuro. Este ponto foi feito muito claro na reforma da Agenda 2020 e estará, inclusive, presente numa das alíneas do contrato de qualquer cidade que queira receber os jogos. Caso esta alínea não seja cumprida, a candidatura não vai ser aceite. Países como a Arábia Saudita têm que ‘trabalhar’ para permitir que atletas do sexo feminino possam ‘participar [nos Jogos Olímpicos] de forma livre’.”

De acordo com o Independent, só em 2012 é que as mulheres da Arábia Saudita puderem participar pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, através da judoca Wojdan Shahrkhani e da corredora da prova de 800 metros Sarah Attar. Contudo, nos jogos asiáticos, na Coreia do Sul, no ano passado, a Arábia Saudita enviou uma equipa só de homens.

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