A Verizon Communications Inc., uma gigante norte-americana do setor das telecomunicações, chegou a acordo com a AOL Inc. por 4,4 mil milhões de dólares, cerca de quatro milhões de euros. Ao comprar a AOL, uma empresa que nos primórdios chegou a ser quase sinónimo de Internet, a Verizon ganha força no segmento da publicidade em dispositivos móveis, um mercado cada vez mais rentável mas que continua a ser dominado pela Google.

A Verizon vai pagar 50 dólares por ação da AOL, um prémio de 17% face ao último preço de fecho da AOL. A empresa começou por ser um servidor de Internet, no tempo em que além dos impulsos telefónicos se cobrava pelo acesso, mas hoje concentra-se na produção e transmissão de conteúdos e na publicidade, o que lhe rende 600 milhões de dólares por ano em receita.

A AOL é dona de sites conhecidos como o Huffington Post, o Engadget e o TechCrunch. A empresa vai manter-se autónoma, mantendo-se Tim Armstrong como presidente, mas é nesta parceria que as duas empresas esperam obter dividendos e acompanhar a tendência crescente para o consumo de conteúdos (e publicidade) em dispositivos móveis. A transação deverá estar concluída até ao verão.

“Eles [a Verizon] querem integrar a publicidade e a programação com a sua rede de comunicações móveis”, explica Roger Entner, analista da Recon Analytics em Massachussetts. “É um plano ambicioso”, já que “o mercado de publicidade móvel é claramente dominado pela Google”, acrescenta o especialista, citado pela Bloomberg.

A AOL chegou a pertencer à TimeWarner, uma fusão que na altura foi vista como uma salvação da AOL, que teve anos difíceis depois da bolha das dotcom. Mas a fusão nunca resultou e a TimeWarner abandonou, em 2009, a AOL, altura em que muitos analistas vaticinaram a morte da empresa. Desde então, contudo, a estratégia de recuperação da empresa – com enfoque nos conteúdos digitais – tem dado alguns frutos e a Verizon viu, na AOL, a parceira ideal para se adaptar às novas tendências.

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