O Facebook apresentou esta terça-feira na página oficial a nova aplicação para visualizar notícias em suporte móvel. Os “Instant Articles“ permitem agora a visualização de conteúdo jornalístico no telemóvel ou tablet de forma mais rápida e interativa. A aplicação vai ter conteúdos apenas para os 9 parceiros escolhidos pela rede social: o New York Times, a National Geographic, o BuzzFeed, a NBC News, a The Atlantic, o The Guardian, a BBC News, a Spiegel Online e o Bild.
A aplicação ficará disponível ainda esta terça-feira nos dispositivos com sistema operativo iOS. A versão para Android sairá em breve, escreve o The Verge.
O argumento do Facebook para lançar esta aplicação é que assim os artigos são partilhados de forma mais rápida – algumas páginas que ligam a conteúdo externo demoram até 8 segundos a publicar e assim o tempo de resposta é quase nulo. Os “Instant Articles“, como o nome indica, são “Artigos Instantâneos” que carregam de forma quase automática e são elaborados pelos parceiros da rede social – que assim se lança na área editorial, ainda que por interme´dio de conteúdo alheio.
Para além de mais rápidos, os artigos vão agora conter várias características para melhorar a experiência de leitura do utilizador. Vai poder visualizar e ampliar fotos de alta resolução com gestos simples, ver os vídeos a funcionar automaticamente à medida que lê a notícia, “explorar mapas interativos, ouvir legendas audio e até mesmo gostar e comentar partes individuais de um artigo”, escreve o Facebook no seu site oficial.
O vídeo oficial dos “Instant Articles“;
Introducing Instant Articles, a new tool for publishers to create fast, interactive articles on Facebook.
Posted by Facebook Media on Tuesday, May 12, 2015
A publicação dedicada a tecnologia The Verge lançou um video que explica mais sobre os “Instant Articles”:
Para os produtores de notícias, esta opção tem riscos. Os leitores nunca chegam ao site original que produziu o conteúdo, perdendo oportunidades de rentabilizar as visitas. Por outro lado, o nome do site que produz os artigos (a marca distintiva) nem sempre será óbvio, o que limita o alcance do conteúdo integrado. Por fim, há o risco de que esta se torne a forma preferencial de os leitores consumirem conteúdo, afastando de vez os leitores das páginas de cada meio de comunicação.
Para limitar estes riscos, o Facebook oferece aos produtores de conteúdos o retorno publicitário integral caso seja vendido diretamente pelos autores (caso seja o Facebook a vender a publicidade, ficará com 30% do total colocado pelo anunciante). E vai também partilhar informação sobre os leitores, que é um aspeto cada vez mais importante para os produtores poderem afinar o conteúdo à audiência.
Mas a verdade é que os receios na indústria são enormes. Há analistas que acreditam que este é um passo que pode matar o trabalho dos sites noticiosos – da mesma forma que sofreu o produtor de jogos online Zynga, que construiu a sua fama sobre a plataforma Facebook e foi esmagado quando este mudou as regras de partilha e acesso à informação. Por essa razão, e pelo medo da força negocial do Facebook numa negociação futura, alguns títulos estão a entrar neste negócio com cuidado, publicando apenas uma notícia por dia. E ainda há esperança que esta jogada obrigue o outro gigante do tráfego diário – a Google – a agir de forma a promover melhor os conteúdos editoriais dos principais títulos noticiosos.