As notícias sobre o que passou no Marquês de Pombal, em Lisboa, no domingo, não param. Agora foi a vez dos bombeiros apontarem o dedo à Polícia de Segurança Pública (PSP) e à Câmara Municipal de Lisboa (CML), acusando as duas entidades de não lhe terem requerido uma vistoria prévia, e obrigatória, às estruturas que foram montadas para acolherem as celebrações do 34.º campeonato conquistado pelo Benfica.

Os festejos, escreve o Diário de Notícias, juntaram cerca de 200 mil pessoas na Praça do Marquês do Pombal e, além dos confrontos entre agentes da polícia e adeptos encarnados, a noite terminou com arremesso de garrafas. Eis um dos pontos criticados por Fernando Curto, presidente da Associação de Bombeiros Profissionais. “Não foram feitas as vistorias que deviam ter sido efetuadas. Nada foi acautelado. Parece que estavam a trabalhar na base de uma suposição de que o Benfica podia não ganhar nesse dia”, criticou o dirigente, ao mesmo jornal.

As vistorias, em suma, têm por objetivo avaliar se existem condições para, se necessário e em caso de emergência, os meios dos bombeiros, do INEM ou da Proteção Civil acorrerem ao local. E um dos problemas, diz Fernando Curto, foi a falta de fiscalização aos vendedores que se encontravam na praça — que terão vendido bebidas alcoólicas em garrafas de vidro. A autarquia, liderada por Fernando Medina, contudo, rejeitou esta hipótese. “A Polícia Municipal interveio junto de vendedores não licenciados e procedeu à apreensão de material”, lê-se, numa resposta enviada pela CML ao mesmo jornal.

A autarquia defende que foram cumpridas “todas as recomendações do parecer da PSP”, entidade com a qual a câmara se reuniu, pelo menos, quatro vezes nas duas semanas anteriores. A polícia, contudo, sempre se terá oposto ao plano apresentado pelo Benfica e a CML, criticando, sobretudo, o palco montado em redor da estátua do Marquês de Pombal. “Seria muito difícil a uma ambulância entrar ali ou levar para o centro da rotunda uma maca portátil. Estava tudo ocupado por pessoas”, disse, aliás, Fernando Curto. Mas a autarquia defende que “a entrada e a saída de veículos esteve sempre assegurada” e os polícias “em nenhum momento tiveram dificuldade de circulação”.

A Renascença, na terça-feira, avançou que a PSP também ficara descontente com o facto do speaker da festa não ter referido quaisquer normas de segurança, como ficara acordado.

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