Ainda bem que as mãos ficam livres, porque são precisos todos os dedos para enumerar os nomes pelos quais a bolsinha de cintura é conhecida e outros tantos para explicar porque é que é tempo de lhe dar uma segunda oportunidade. As fanny pack, também conhecidas por belt pack, belly bag, buffalo pouch, hip sack, waist wallet, bum bag, butt pack, moon bag, snatchel e até canguru, pela forma como são usadas — à cintura, abaixo do umbigo ou viradas para trás, sobre as “fanny”, calão americano para nádegas — deram uma volta de 180 graus, e não foi só para fugir dos carteiristas.

Velhas glórias dos anos 90, das peixeiras nos mercados, dos veraneantes que não confiam o troco para a imperial ao bolso dos calções de banho, e das fãs que querem saltar à vontade nos festivais de música, as bolsinhas de cintura começaram a regressar às passerelles pela mão de nomes como Alexander Wang, Céline e Chanel, ainda em 2014, e este ano andam penduradas nas cinturas das principais trend-setters de moda, em versões que pouco têm em comum com as cores fluorescentes e o tecido impermeável onde nós guardávamos os escudos para as cadernetas de cromos.

Em pele de crocodilo, em camurça, com franjas, douradas, com padrão de leopardo e até o monograma da Louis Vuitton em miniatura, a bolsinha de cintura chegou à high fashion, diz a editora de moda Pandora Sykes, o que é um feito tão grande como o Boavista ter ficado em 13º no regresso à Primeira Liga, tendo em conta que sempre foi tida como um dos acessórios com pior reputação da história da moda.

Há quem tenha experimentado uma sensação de libertação assim que voltou a pôr uma à cintura. Há quem recorde como são melhores do que malas de ombro ou certas mochilas para a coluna, e dê conselhos para escolher o modelo certo. Uma coisa é certa: elas estão de volta (das cinturas).

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