O presidente do Conselho Geral Independente da RTP assegurou que está definitivamente afastado qualquer projeto de privatização de alguma parte da empresa, considerando que o conceito de serviço público se torna “mais evidente” conhecendo as realidades das regiões autónomas.

“A posição é inequívoca, não haverá privatização de nenhuma parte da RTP. A RTP será uma empresa pública na totalidade, incluindo os Açores e a Madeira”, declarou António Feijó aos jornalistas depois de reunir com o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e com os elementos dos deputados que compõem a Comissão Especializada Permanente de Política Geral e Juventude do parlamento madeirense.

O responsável salientou que o conselho de administração da RTP, que assumiu funções há escassos meses, “fez saber publicamente que o primeiro dossiê que queria de imediato tratar era a questão da RTP Madeira e Açores”.

Afastando em definitivo um cenário de privatização, António Feijó adiantou que estão a ser agora analisados “os modos de tentar colmatar as dificuldades da RTP Açores e Madeira, que são significativas, vendo se a RTP se pode associar aos governos regionais de uma ou das duas regiões autónomas”.

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O presidente do Conselho Geral Independente da RTP argumentou que “a noção de serviço público é um conceito que peca pela abstração”, opinando que este “se tornou muito mais evidente” quando visitaram os Açores e a Madeira.

Para António Feijó, nestes territórios insulares “tem uma importância acrescida, porque nas condições ultraperiféricas o serviço público televisão e rádio é crucial, justamente para manter a região num âmbito mais alargado, que responde a muitas das necessidades da região” e apontou que os deputados da comissão parlamentar realçaram a sua importância em situação de catástrofe, como foi o temporal que assolou a Madeira a 20 de fevereiro de 2010.

O responsável referiu que “a empresa tem tido dificuldades de natureza orçamental, necessidade de rejuvenescimento técnico, alterações de filosofia de gestão que afetaram os quadros da empresa”, destacando existir “uma série de problemas que o atual conselho de administração está a considerar” tendo as regiões da Madeira e Açores como “prioridades”.

Por seu turno, o presidente da comissão parlamentar, Adolfo Brazão mencionou que os principais problemas da RTP-Madeira são “o equipamento obsoleto e o arquivo onde estão 40 anos de história da Madeira, que tem um valor inestimável e urge preservar, sendo necessário fazer um grande investimento”.

Questionado sobre o valor desse investimento, o deputado referiu que “em tempos foi estimado em 12 milhões de euros”, informando que não foi tema abordado neste encontro.

O parlamentar do PSD/Madeira destacou ainda o serviço “extremamente importante” prestado pela RTP não só na região, como também na divulgação para a diáspora.