A Wikileaks lançou uma campanha de financiamento coletivo (‘crowdfunding’) de uma recompensa de 100.000 euros para quem fornecer informações privilegiadas sobre o acordo de comércio livre entre a União Europeia e os Estados Unidos.

Ao princípio da tarde, a organização, que em 2010 fez primeiras páginas em todo o mundo com a divulgação de milhares de documentos diplomáticos confidenciais norte-americanos, já tinha conseguido angariar 20% do montante pedido.

Entre os doadores figura o ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis, a estilista e ativista ambiental britânica Vivienne Westwood, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald e o fundador do portal Wikileaks Julian Assange.

Centenas de manifestações realizaram-se em abril em várias cidades europeias contra a celebração da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, conhecida pela sigla TTIP, do inglês “Transatlantic Trade and Investment Partnership”.

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“O TTIP, que está atualmente a ser negociado entre os EUA e a União Europeia, é mantido em absoluto segredo pelos negociadores (mas) foi dado às grandes empresas acesso privilegiado” aos documentos, afirma Assange num comunicado. “O público não pode lê-los”, acrescenta.

“Hoje, a Wikileaks está a tomar medidas para garantir que os europeus podem finalmente ler o monstruoso acordo de comércio”, prossegue, afirmando que “o secretismo do TTIP lança uma sombra sobre o futuro da democracia europeia” e favorece “interesses especiais”.

“O TTIP afeta a vida de cada europeu e arrasta a Europa para um conflito a longo prazo com a Ásia. É altura de acabar com o seu secretismo”, afirma.

A ser concluído, o TTIP será o maior acordo comercial do mundo, fazendo a ligação entre cerca de 60% da produção económica global e um mercado de 850 milhões de consumidores.