A Rússia fez esta quarta-feira um bombardeamento na Síria, que inclui a utilização de 26 mísseis. O ataque naval terá atingido 11 alvos do Estado Islâmico, segundo afirma o Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu, citado pela CNN. Os alvos incluíram campos de treino e depósitos de munições da ISIS.

O ministro russo refere que os ataques foram lançados a partir do Mar Cáspio, e que a Rússia utilizou mísseis de longo alcance. Os mísseis voaram quase 1500 quilómetros e passaram pelo Irão e pelo Iraque, até chegar às províncias sírias de Raqqa, Idlib e Aleppo.

Para além deste ataque naval, a Rússia terá ainda apoiado uma ofensiva armada do exército sírio perto da cidade de Hama, adianta o Washington Post. O facto de os mísseis terem atravessado o Irão e o Iraque parece revelar a proximidade entre o governo destes países e o governo russo, segundo relata o Washington Post.

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A Reuters cita mesmo declarações Hakim al-Zamili, o líder do comité de defesa e segurança do parlamento iraquiano, que prevê que nos próximos dias ou nas próximas semanas o Iraque “será forçado a pedir à Rússia para fazer ataques aéreos”, aumentando assim a cooperação entre Iraque e Rússia no combate ao Estado Islâmico.

A aliança entre os dois países pode ir mais longe, dadas as críticas de Hakim al-Zamili aos EUA, que acusa de serem “um aliado em quem não se pode confiar”. Hakim al-Zamili diz mesmo: “Estamos a tentar que a Rússia tenha um papel mais importante no Iraque, definitivamente mais importante que o papel dos EUA“.

Este foi o primeiro ataque naval feito pela Rússia em território sírio. Os ataques russos na região tiveram início na passada quarta-feira, dia 1 de Setembro, e já ultrapassaram uma centena de missões, que segundo o ministro da defesa Sergei Shoigu destruíram 71 armaduras, cerca de 30 veículos, vários pedaços de artilharia, 19 centros de comando, dois centros de comunicação, 23 depósitos com munições e combustível e vários campos de treino.

O Washington Post cita declarações prestadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, durante o encontro com o ministro da Defesa do país, Sergei Shoigu, em que Putin terá dito: “É cedo para tirar conclusões, mas o que tem sido feito até agora merece uma avaliação altamente positiva“.

Contudo, alguns dos ataques russos já provocaram alegadamente mortes de civis, segundo acusa a oposição síria, o que levou o secretário da Defesa dos EUA, Ashton Carter, a dizer que a estratégia russa é “errada”, e as suas ações um “erro fundamental”