A Coreia do Norte criticou esta terça-feira a Coreia do Sul por um exercício com fogo real perto da fronteira marítima comum, sem descartar responder à “confrontação” de Seul nas vésperas de um encontro entre representantes dos dois países.

Um porta-voz da Comissão de Defesa Nacional (NDC, na sigla em inglês) da Coreia do Norte descreveu a manobra de segunda-feira como “uma selvagem provocação militar visando o confronto”, de acordo com a agência noticiosa oficial KCNA.

Apesar da advertência de Pyongyang relativamente a uma eventual retaliação “impiedosa”, Seul levou a cabo a referida manobra no Mar Amarelo para assinalar o quinto aniversário do bombardeamento norte-coreano contra a ilha de Yeonpyeong, indicou o Ministério da Defesa sul-coreano.

O porta-voz da NDC acrescentou que “as autoridades sul-coreanas mostraram claramente, mais uma vez, que a sua política hostil e de confrontação relativamente ao Norte permanece inalterada”, acrescentando: “Vamos dar seguimento à atitude”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Seul prometeu retaliar imediatamente se a Coreia do Norte lançar qualquer provocação.

“Quero que os nossos militares construam uma postura de perfeita prontidão para combater de modo a que possam lidar com qualquer tipo de ameaça ou provocação sem hesitação”, disse a Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, numa mensagem de vídeo transmitida na cerimónia que assinalou o aniversário.

Na quinta-feira, representantes das duas Coreias vão sentar-se à mesa na aldeia fronteiriça de Panmunjom para organizar uma nova reunião bilateral de alto nível.

O bombardeamento da ilha de Yeonpyeong a 23 de novembro de 2010, que matou dois soldados e dois civis, gerou na altura receio de um conflito de grande dimensão.

Esta não foi, porém, a primeira vez que o exército sul-coreano realizou exercícios com fogo real junto à fronteira marítima entre os dois países, perto da data do aniversário do bombardeamento, como um gesto simbólico de força.

Norte e Sul continuam tecnicamente em guerra, uma vez que a Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício, nunca substituído por um tratado de paz definitivo.