O diretor do FBI, James Comey, assegurou “não existirem indicações” de que os presumíveis autores do tiroteio de quarta-feira em San Bernardino, na Califórnia, no qual morreram 14 pessoas, pertençam a uma célula terrorista mais ampla.

Horas antes, o diretor assistente da agência em Los Angeles, David Bowich, confirmou numa conferência de imprensa dada esta sexta-feira, que o massacre foi um ato terrorista e estava a ser investigado como tal. David Bowdich não deu pormenores sobre o que levou a agência a estar a investigar o caso como sendo um ato terrorista. Mas disse que há “um conjunto de evidências” que levaram o FBI a considerar que o massacre de San Bernardino foi um ato terrorista. “Descobrimos provas que nos fizeram perceber que [o massacre] foi planeado ao pormenor”, disse, em declarações reproduzidas pela agência de notícias France-Presse.

Até ao momento, o desenrolar das investigações não revelou a pertença dos terroristas a um grupo mais alargado. “Até agora, não temos nenhum indício de que estes assassinos integrem um grupo organizado de maiores dimensões ou sejam parte de uma célula. Não há nenhuma indicação de que sejam parte de uma rede”, declarou James Comey numa conferência de imprensa em Washington.

Não obstante, o responsável da polícia federal norte-americana, que falou aos jornalistas acompanhado da procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, confirmou que há indícios de que estavam em processo de “radicalização”, podendo os seus atos ter sido inspirados por grupos terroristas estrangeiros.

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Segundo o Los Angeles Times, um dos atiradores Syed Rizwan Farook, esteve em contacto com membros de duas organizações terroristas internacionais: a Frente al-Nusra, da Síria, e a Al-Shabaab, da Somália.

Recorde-se que a CNN avançou que a mulher de Syed Farook, Tashfeen Malik, que também participou no massacre, partilhou uma publicação no Facebook glorificando e jurando fidelidade ao Estado Islâmico.

Os agentes não descartam a possibilidade de que os dois atiradores se tenham inspirado no Estado Islâmico para levarem a cabo o massacre, nos EUA: “Ainda não sabemos”, afirmou David Bowdich. Mas um agente, que quis permanecer anónimo devido ao facto da investigação ainda estar em curso, disse ao Los Angeles Times: “Neste momento acreditamos mais na possibilidade dos atiradores se terem auto-radicalizado e inspirado no grupo [Estado Islâmico] do que lhes tenha sido propriamente dito que fizessem o ataque”

A mesma fonte garantiu à publicação que os agentes estão a tentar investigar os contactos feitos pelos atiradores nos Estados Unidos e fora do país – “especialmente os feitos no Paquistão”, explicou. Uma das questões em investigação é saber “[os atiradores] foram treinados” no local.

Entretanto, uma agência noticiosa próxima do grupo extremista Estado Islâmico (EI) já afirmou que os autores do massacre eram “partidários” de um grupo ‘jihadista’, refere a agência Lusa.

“Dois aderentes do Estado Islâmico atacaram o centro em San Bernardino, na Califórnia, abrindo fogo no interior do local e matando 14 pessoas e ferindo mais 17 antes de se porem em fuga”, refere a agência Aamaq, noticia a Lusa.

Notícia atualizada às 22h50.