As autoridades descobriram que a mulher de Syed Farook colocou numa conta do Facebook que não a sua conta pessoal, um post a jurarem fidelidade ao autodenominado Estado Islâmico. Mesmo após a divulgação desta informação, não há qualquer informação confirmada sobre a ligação entre o tiroteio e o Estado Islâmico. Syed Farook e a sua mulher, Tashfeen Malik, entraram numa festa de Natal de colegas de trabalho e mataram 14 pessoas.

Dia e meio depois do ataque em San Bernardino, na Califórnia, que resultou em 14 mortos e 17 feridos – 10 deles em estado crítico – o FBI, que está a investigar este caso, ainda não tem muitas pistas. No entanto, a CNN avança que foi descoberto um post de Malik que diz que o casal jura fidelidade ao Estado Islâmico e glorifica o grupo terrorista. No entanto, não usou a sua conta pessoal, criando outra conta para fazer esta afirmação.

Na casa de Farook e Malik, que tinha uma filha de seis meses em conjunto, os agentes encontraram um arsenal com 13 bombas, mais armas – todas compradas legalmente nos EUA – e cartuchos com mais de mil balas. Todos os computadores e telemóveis estavam muito danificados e a presença online foi diminuída ao mínimo.

Fontes do Congresso relataram ao New York Times que se sabe que Farook teve no passado contacto com grupos extremistas na Somália e com a Al Qaeda na Síria, mas há anos que parece não estabelecer qualquer contacto. O atirador tem nacionalidade americana, é filho de imigrantes paquistaneses e é muçulmano. Em 2013, Farook terá feito a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, e terá voltado ao país várias vezes. Numa dessas viagens, em 2014, trouxe Tashfeen Malik para os EUA.

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Tashfeen Malik, de 27 anos, entrou nos EUA com passaporte paquistanês e teve direito ao visto de 90 dias concedido a noivos e noivas de cidadãos norte-americanos. Apesar de ter entrado com um passaporte paquistânes, a sua nacionalidade não está bem estabelecida, já que colegas de Farook afirmam que ele disse que foi em viagem à Arábia Saudita e trouxe a mulher. Sabe-se que o destino da viagem quando foi buscar Malik era a Arábia Saudita, mas passou também pelo Paquistão.

Não se conhece para já o estado civil do casal, mas tudo indica que sejam legalmente casados. Há seis meses foram pais de uma menina e os colegas que estavam no local do tiroteio – alguns dos que acabaram por ser mortos – organizaram uma festa para a bebé. No dia do ataque, Farook e Malik deixaram a criança com a avó e dirigiram-se ao local do crime.

Os nomes das 14 vítimas

Enquanto as investigações sobre o passado dos atiradores continuam, as autoridades norte-americanas divulgaram os nomes de todas as vítimas mortais. A maior parte era colega de trabalho de Farook, já que quase todos trabalhavam no departamento de inspeção de saúde da administração local de San Bernardino.

Uma amiga de uma das vítimas, Nicholas Thalasinos, afirmou, segundo noticia a cadeia de televisão CBS, que este tinha algumas conversas com Farook sobre religião. Thalasinos era judeu e participava em vários fóruns de reflexão sobre religião e debatia com Farook sobre o propósito do Islão, defendendo que a religião dos muçulmanos era pacífica. Farook parecia discordar e chegou a dizer-lhe que os americanos não percebem os muçulmanos.

Michael Raymond Wetzel, outra das vítimas, era pai de seis crianças. A mulher disse em comunicado que ele gostava muito da família e do trabalho. A família já terá conseguido arrecadar 60 mil dólares em donativos, já que todas as crianças têm menos de 18 anos e ainda estavam a cargo dos pais.

A vítima mortal mais jovem deste ataque é Yvette Velasco que tinha 27 anos.