Mais de 50% dos jovens considera que as praxes académicas deixam consequências psicológicas e há mesmo quem abandone os estudos por causa destes rituais. As conclusões resultam de um inquérito da Rede Universia, constituída por mais de 1.000 universidades da região ibero-americana. Foram entrevistados 2.453 jovens de 10 países que fazem parte da rede e entre eles está Portugal.

As praxes parecem ser uma inevitabilidade. Em Portugal, 73% dos inquiridos assumem que foram praxados na universidade. No caso dos restantes jovens, o valor desce para 25%. Dos que participaram no chamado “ritual de integração” das universidades, 59% admite que os atos deixaram “consequências psicológicas”. A seguir ao “abandono dos estudos” (20%), vêm “outras” com 15% e ainda há quem destaque “consequências físicas” (6%).

Mas de que são feitas as praxes? Os mais de dois mil jovens inquiridos recordam, em primeiro lugar, as brincadeiras pesadas (45%). Depois surge o assédio verbal (23%), segue-se a violação da identidade e imagem (12%), discriminação por raça ou religião (6%), discriminação de género (5%) e lesões físicas (4%). Quase metade dos jovens (41%) acha que as instituições em causa “não prestam atenção” às praxes mas os estudantes também não têm por hábito fazer queixa: 80% não denunciou a situação.

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