Doze pessoas foram detidas nas últimas 48 horas por suspeitas de fraude fiscal, uma operação da GNR que envolveu 30 buscas domiciliárias e a empresas do centro e norte do país.

De acordo com um comunicado hoje divulgado pela GNR, os arguidos, 12 homens e duas mulheres (entre 24 e 75 anos), que ficaram sujeitos a termos de identidade e residência, são suspeitos da prática dos crimes de abuso de confiança fiscal, frustração de créditos, fraude fiscal qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Foram referenciadas, diz a GNR, mais de duas dezenas de sociedades, direta ou indiretamente relacionadas com os crimes.

Além dos domicílios e das empresas foram feitas buscas em escritórios de advogados e de contabilidade. A operação, chamada “Albifraude”, decorreu em localidades dos distritos de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Porto, Bragança, Leiria e Lisboa.

Diz-se no comunicado que as buscas foram realizadas no âmbito de uma investigação do Departamento de Ação Fiscal de Coimbra para desmantelar “um complexo esquema de fraude” detetado em 2013 pela Autoridade Tributária e Aduaneira, após uma inspeção feita pelas Finanças de Castelo Branco a sociedades do distrito.

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Através de “procedimentos fraudulentos e dilatórios”, os implicados tentavam evitar o pagamento de impostos e ao mesmo tempo “impedir a execução coerciva de dívidas pelos credores”, proporcionando, além da “dissimulação de património ou da sonegação de massa insolvente, a obtenção de financiamento, a isenção na realização de transações imobiliárias, assim como a contabilização de despesas nas respetivas contabilidades, com a correspondente dedução em matéria de IVA e IRC”.

Para isso, explica ainda a GNR, foram criadas sociedades fictícias, funcionando paralelamente com outras sociedades supostamente “regulares”, e os suspeitos recorreram a cidadãos “testas de ferro”, “alguns de nacionalidade estrangeira e de paradeiro desconhecido”, para evitarem a cobrança de dívidas através do património.

Na operação estiveram envolvidos 85 investigadores da Unidade de Ação Fiscal e nove inspetores da Direção de Finanças de Coimbra, que apreenderam documentos, automóveis, equipamentos informáticos e de telecomunicações, armas de fogo e vários milhares de euros.