Portugal quer “dar o exemplo daquilo que todos os estados-membros [da UE] devem fazer” relativamente à questão dos refugiados, afirmou António Costa à saída do Conselho Europeu. O primeiro-ministro salientou, esta sexta-feira, que tem sido encontrado um “conjunto de oportunidades” na “sociedade portuguesa para diversos perfis perfis de refugiados”.

António Costa referiu que existem lugares em universidades, institutos politécnicos e escolas profissionais “para jovens que querem prosseguir os estudos”, até oportunidades no setor agrícola. À saída do Conselho Europeu, destacou que os 28 estados-membros têm que ser capazes de “partilhar, no seu conjunto aquele que é o dever de proteção da Europa para todos os aqueles que são perseguidos”. O primeiro-ministro português argumentou, também, que Portugal é um país que não tem sido “particularmente pressionado pela procura de refugiados”, tem mostrado “disponibilidade” tanto junto da União Europeu, como de forma bilateral com países mais afetados pela vaga de refugiados. Costa disse que Portugal já manifestou disponível para “receber refugiados na base de uma relocalização bilateral”.

A deliberação que saiu do Conselho Europeu propõe uma “nova cimeira com a Turquia para meados do mês de março”, referiu Costa. Essa cimeira tem como objetivo “avaliar a execução de ação conjunta que foi estabelecida com a Turquia, acelerar o funcionamento dos hotspots e reforçar a segurança das fronteiras externas”. Neste último ponto, António Costa declarou que tal é necessário para que, simultaneamente, se garanta a proteção dos refugiados e segurança a que os cidadãos europeus têm direito.

Além disso, o primeiro-ministro foi sucinto na sua visão daquilo que a Europa não deve ser: “não queremos uma Europa que não cumpre os seus deveres internacionais, não podemos querer uma Europa que fecha fronteiras para bloquear o acesso dos refugiados, que não seja solidária na repartição do esforço de acolhimento”.

*Editado por Helena Pereira

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