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Como qualquer líder político que se perpetua no poder ad aeternum — mais a mais quando o regime a que preside é uma ditadura sanguinária e inflexível –, também Nicolae Ceausescu se rodeou de luxo. Foi líder da Roménia entre 1965 e 1989. E haveria de ser a Roménia o único país do Bloco de Leste a desagregar-se com violência. Ceausescu acabou foragido, capturado e deposto. Pior: condenado à morte, ele e a mulher Elena.

Hoje, a marca de Nicolae Ceausescu, pela megalomania das construções que a sua presidência deixou, em edifícios, palácios e palacetes, cidades inteiras, ainda está presente no país. Mas também está presente noutra escala. É que este será o quinto ano consecutivo em que bens de luxo do antigo ditador comunista vão a leilão. Antes, a leiloeira Artmark conseguiu vender, por alguns milhares de euros, uma pele de leopardo, pombas em prata e um iaque de bronze.

Este ano também há algo de “animalesco” visível nos gostos de Ceausescu. Há para venda um suporte para canetas feito com chifres de veado.

Outros dois artigos, um par de copos em cristal e um globo de madeira, fazem a apologia do líder comunista e do seu culto: o retrato de Nicolae Ceausescu está em ambos. Um dos artigos mais caros que vai a leilão é um par de sapatos e uma mala (tudo a condizer, pois claro) desenhados em exclusivo para a Primeira-Dama comunista pela Guban, uma conhecida fábrica de calçado em Timisoara. Começa nos 500 euros a licitação.

Curiosamente ou não, o artigo mais valioso no leilão de dia 19 de abril é uma réplica da casa onde Nicolae Ceausescu nasceu e cresceu. Ceausescu via na vila de Scornicesti (uma vez mais é evidente nele e no regime o culto da personalidade) o ideal da sociedade comunista que queria para a Roménia. Preservou-a? Não. Demoliu-a, as casas térreas deram lugar a prédios altíssimos, a vila passou a cidade, mas houve uma casa que as bulldozers não destruíram: a de Ceausescu.

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