O PSD diz que a “as interferências” do Governo “na relação entre acionistas” – falando diretamente no BPI – não só “levantam dúvidas”, como afetam o objetivo de atrair investidores estrangeiros para Portugal. António Leitão Amaro acusa o Governo de ter aprovado “uma lei desenhada para resolver um caso concreto”, com o decreto que promoveu a desblindagem do direito de voto nas assembleias gerais dos bancos.

Para o vice-presidente da bancada do PSD, “todo o comportamento deste Governo afasta investidores estrangeiros e coloca em causa a reputação, confiabilidade na atração de investimento”. Os sociais-democratas manifestam-se um dia depois da empresária angolana Isabel dos Santos se ter queixado de o Governo ter sido “parcial” na resolução do problema do BPI.

Se o Governo está preocupado em atrair investidores estrangeiros, era importante que invertesse profundamente a atitude e o caminho. Os investidores confiam num país que cumpre os seus compromissos, que não rasga contratos, não ameaça, pela voz do próprio primeiro-ministro, investidores, que não rasga compromissos, que não ragas contratos”

“O Estado e os governos têm um papel importante na economia e deve ser exercido sempre com imparcialidade relativa aos agentes económicos, transparência e cumprimento da legalidade”, disse esta quarta-feira o social-democrata numa conferência de imprensa no Parlamento em que o PSD tomou posição política sobre o caso BPI. O Partido criticou a forma como se legislou, mas também tem “dúvidas” sobre o conteúdo e se “a situação é adequada e suficiente para resolve o caso concreto que motivou a que governo” tivesse avançado.

O PSD queixa-se de ainda não ter recebido os esclarecimentos pedidos ao Governo sobre a sua interferência no negócio desde início, o que pediu ainda antes de ter sido anunciado o acordo (que depois ruiu) entre Isabel dos Santos e o CaixaBank, quando foi noticiado que a empresária angolana se reunira com o primeiro-ministro em São Bento. Sendo certo que o PSD não rejeita debater a “limitação de direitos de voto”, que considera que “merece ser analisada num plano de normalidade”. Leitão Amaro atira, no entanto, que “não é legislando de forma casuística que se deve interferir”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR