O Presidente da AICEP disse, no final de uma viagem de dez dias aos EUA para promover Portugal como nação tecnológica, que as cinco grandes empresas de tecnologia com que se reuniu mostraram interesse em investir em Portugal.

“As perspetivas são muito positivas. [O investimento] pode acontecer através da presença direta destas empresas no país ou através da participação em ‘startups’. Como se sabe, estas empresas investem muito dinheiro em novas empresas”, disse Miguel Frasquilho à Lusa.

Durante a viagem a Nova Iorque e São Francisco, o responsável da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) teve encontros de alto nível com decisores da Apple, Amazon, Google, Facebook e Twitter.

A maioria das perguntas, explica o responsável, tinham a ver com a Web Summit, o maior evento de tecnologia do mundo, que deverá reunir cerca de 55 mil pessoas em Lisboa em novembro.

“Perguntam como é que Portugal conseguiu acolher este evento, quando havia cidades como Paris e Amsterdão a concorrer. Há alguma surpresa. Nós explicamos as nossas vantagens, como as boas infraestruturas, os recursos humanos qualificados e a facilidade que existe em encontrar pessoas que falem inglês”, explicou o dirigente da AICEP.

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Frasquilho diz que “há várias coisas a ser preparadas” com investidores norte-americanos, mas que ainda é muito prematuro anunciar qualquer acordo ou investimento.

“A presença portuguesa vai continuar nos EUA ao longo do ano, com a presença de vários membros do governo, e eu conto regressar ainda antes da Web Summit, logo depois do verão”, anunciou ainda.

Uma das mensagens que o responsável levou, nas dezenas de encontros com investidores e empresários das duas cidades, foi sobre o recém-apresentado programa “Start Up Portugal”.

“Temos agora ações específicas de apoio a estas empresas, de aceleramento, para tornar a sua vida mais fácil a vários níveis com uma simplificação de procedimentos”, disse à Lusa.

Para ilustrar o trabalho que Portugal tem feito a este nível, a AICEP associou-se a uma série de empresas portuguesas, ou de portugueses, que têm presença no país, como a Nutri Ventures, a DoDoc, a RunTime Revolutio, a ThousandEyes, a Unbabel e a West to West.

As exportações de bens e serviços para os EUA duplicaram nos últimos cinco anos, registrando um crescimento homólogo de 22% neste último ano e atingindo uma taxa de cobertura das exportações pelas importações de 266%.

“Mas ainda há um grande desconhecimento em relação a Portugal [por parte dos investidores]. Apesar dos EUA serem o maior investidor mundial, em Portugal nem surgem nos 20 primeiros. O sucesso das empresas exportadoras mostra que esse trabalho pode ser feito”, defendeu Frasquilho.