São diferentes na forma. Mas, ao mesmo tempo, o LG K10 e o LAIQ Glow têm algumas características semelhantes que nos permitem compará-los — aliás, foi exatamente o que fizemos. Uma delas é o preço: estes telemóveis têm um PVP recomendado de 230 euros.

De um lado, o K10 da sul-coreana LG. Apresentado em Las Vegas no início do ano — e em conjunto com o irmão K5, ligeiramente menor em tamanho –, oferece 16 GB de armazenamento, 1,5 GB de memória RAM e um processador com quatro núcleos a 1,2 GHz na versão tida em conta nesta análise.

Vista frontal do LG K10. HUGO AMARAL/OBSERVADOR

Do outro lado, o LAIQ Glow. Como é a primeira vez que falamos da LAIQ por aqui, importa explicar que se trata de uma marca portuguesa apresentada em setembro do ano passado. Em parceria com a norte-americana DTS, fabrica na China os telemóveis que desenha aqui em Portugal.

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O Glow é o modelo mais recente: lançado em abril, posiciona-se no topo da oferta da marca. E não desaponta: tem 16 GB de armazenamento, 2 GB de memória RAM e um processador mais musculado do que o do K10, com oito núcleos a 1,3 GHz. Além disso, inclui uma série de outras coisas que esperamos sempre ver num aparelho de qualidade — e das quais falaremos mais adiante.

Vista frontal do LAIQ Glow. HUGO AMARAL/OBSERVADOR

Passemos aos ecrãs, onde há outro ponto de convergência: tanto o K10 como o Glow têm ecrãs táteis — de 5,3 e 5,5 polegadas, respetivamente — protegidos com a tecnologia Corning Gorilla Glass 3. E se um ecrã mais robusto é sempre melhor do que um ecrã frágil, a proteção poderá deixar de fazer sentido tratando-se de dois telemóveis fabricados em plástico.

As várias versões do K10

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Em relação ao LG K10, esta análise baseia-se na versão cedida para teste pela marca, cujas características descriminamos no texto. Contudo, existem diversas versões deste telemóvel:

  • CPU: 4 núcleos a 1,2 GHz, 4 núcleos a 1,3 GHz ou 8 núcleos a 1,14 GHz;
  • Câmara traseira de 13 ou 8 megapíxeis;
  • Câmara frontal com 8 ou 5 megapíxeis;
  • 16 ou 8 GB de armazenamento;
  • 2 ou 1,5 GB de memória RAM.

A diferença está, pois, na tecnologia. Enquanto a LG aposta num ecrã do tipo IPS LCD, a LAIQ prefere os AMOLED. Aqui não há vencedores em vencidos, pois é tudo uma questão de gosto. Se gosta de cores mais naturais e uma maior nitidez, encontrará vantagens no IPS LCD. Se prefere antes o contraste e as cores vivas, os ecrãs AMOLED serão uma escolha mais apropriada.

Ainda assim, a decisão da LG será, talvez, a mais certa para estes ecrãs com baixa densidade de píxeis e resolução de 720 por 1.280 píxeis (HD). Trocando tudo por miúdos, a nitidez do ecrã do telemóvel da LG é superior à do Glow, embora a diferença seja pouco percetível. O ecrã do Glow é, contudo, mais brilhante.

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Também na captura de imagem pouco divergem um do outro. Além do flash LED, quer o LAIQ Glow quer a versão do LG K10 usada para teste têm sensores de 13 megapíxeis nas câmaras principais (traseiras), produzindo fotografias com qualidade muito razoável. Gravam vídeo em Full HD (1.920 por 1.080 píxeis), mesmo sem terem um ecrã que corresponda a essa resolução.

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Em contrapartida, na câmara das selfies do LAIQ Glow, o esforço podia ter sido maior. A única versão deste aparelho inclui uma câmara frontal de apenas 5 megapíxeis, capturando vídeo em qualidade 720p. A característica contrasta com os 8 megapíxeis na câmara frontal do K10 testado, embora seja importante salientar que também existe uma versão do K10 com 5 megapíxeis na câmara frontal. A diferença reside exatamente aí: no K10 o utilizador tem liberdade de escolha, algo que não existe no Glow da LAIQ.

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No campo dos extras é a LAIQ quem merece destaque. A marca portuguesa optou (e bem!) por incluir no telemóvel a nova tecnologia USB-C, algo que só muito recentemente começámos a ver por aí. As vantagens traduzem-se em carregamentos mais rápidos e uma maior velocidade de transferência de dados, além da simetria do encaixe, que evita ter de fazer pontaria à posição da ficha. A desvantagem: não é compatível com os habituais cabos micro-USB.

Mas também existem surpresas do lado da LG. Destacamos os bons acabamentos e o design diferente — mas muito interessante — do K10, que o torna num telemóvel muito agradável ao toque. É algo a que a LG já nos habituou (com no G4, por exemplo). A disposição dos botões físicos na traseira do aparelho também continua a ser uma boa decisão da marca sul-coreana que, apesar de requererem habituação, são bastante práticos.

Não podemos dizer o mesmo das colunas de ambos os aparelhos. Estão também na parte de trás, precisamente no sítio onde está a nossa mão enquanto os agarramos. Entendemos, no entanto, que os fabricantes poderão não ter tido alternativa tendo em conta o desenho destes telemóveis.

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A competição não se fica por aqui e o Glow ganha ainda pontos na bateria, que tem capacidade muito superior (3.150 mAh contra os 2.300 mAh do K10), e no facto de suportar dois cartões SIM em simultâneo. De resto, ambos incluem as funcionalidades já comuns neste tipo de aparelhos: isto é, suportam cartão micro SD, têm sensor de proximidade, sensor de luminosidade, acelerómetro, GPS, Bluetooth, e rádio FM com RDS. Somente o K10 inclui conectividade NFC.

Resta-nos falar de cores — ou melhor, de estilos. Tanto o LAIQ Glow como o LG K10 podem ser adquiridos em tons de branco, preto e dourado. É outro pormenor que os aproxima no feitio, mas não na forma.