A Inspeção-geral das Atividades de Saúde (IGAS) não aponta responsabilidades aos profissionais de saúde do Hospital São José no caso da morte de David Duarte, o jovem de 29 anos que morreu em dezembro do ano passado, vítima de uma rutura de um aneurisma.

A informação foi avançada esta quinta-feira pelo jornal i, que cita um documento classificado como “confidencial”. Cinco meses depois da morte do jovem, o parecer da IGAS acaba por ilibar os médicos e profissionais de saúde do S. José. O princípio lógico foi este: se estes profissionais não estavam escalados para trabalhar no fim de semana em que o estado de saúde de David Duarte se agravou então não podem ser responsabilizados por não prestarem assistência ao doente.

David Duarte deu entrada no hospital na sexta-feira, 11 de dezembro de 2015, transferido do Hospital de Santarém. O jovem tinha um aneurisma cerebral e o seu estado era considerado urgente. No entanto, o São José não tinha equipa médica para assegurar a cirurgia.

A neurocirurgia-vascular era assegurada naquele hospital, aos fins de semana, sob a forma do regime de “prevenção”, mas esse regime estava suspenso desde abril de 2014 e no caso da neurorradiologia de intervenção a “prevenção” estava suspensa desde 2013, porque os médicos se recusaram a aceitar os cortes de 50% aplicados ao valor pago pelo regime de prevenção.

David Duarte foi colocado em coma induzido no domingo, depois de o seu estado de saúde ter piorado durante a noite. Na segunda-feira, acabaria por não resistir.

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