O ministro da Saúde cabo-verdiana, Arlindo do Rosário, disse que existem no país três casos de crianças que nasceram com microcefalia por causa do vírus zika e com um “quadro neurológico muito grave”.

“Desde que a epidemia de zika começou já foram registados três casos de crianças que nasceram com microcefalia. Sabemos que é um quadro neurológico muito grave”, informou Arlindo do Rosário, indicando que as crianças estão a ser seguidas e as famílias contam com acompanhamento psicossocial.

O primeiro caso de microcefalia aconteceu em março e os outros dois no passado mês de maio, especificou o ministro, indicando ainda que dos três casos dois foram registados na ilha de Santiago e um na ilha do Maio.

Arlindo do Rosário avançou ainda que as autoridades estão a acompanhar 394 grávidas com suspeitas de infeção pelo vírus zika.

Os casos de zika começaram em Cabo Verde em setembro do ano passado e a doença foi declarada epidemia oficialmente a 22 de outubro do mesmo ano, tendo sido, até agora, registados cerca de 7.580 casos suspeitos, com cerca de cinco mil desse total na Praia.

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“A partir de janeiro de 2016 o número de casos suspeitos foi decrescendo de forma significativa, passando a oscilar entre 2 a 6 casos por semana contra cerca de 790 no pico da epidemia, que decorreu em meados de novembro”, prosseguiu o ministro, que também é médico.

O ministro avançou que, desde 25 de abril, que não se regista a circulação do vírus no país e que os mosquitos analisados não estão infetados.

Também disse que não foi detetada a circulação do vírus nas ilhas do Sal, São Nicolau, São Vicente e Santo Antão.

“Estes dados são animadores para os serviços de saúde. No entanto, pela experiência passada sabemos que o risco persiste, pois o vetor transmissor da doença existe no país e, com a queda das chuvas, o risco potencial aumenta”, avisou o ministro, para quem “não se pode descuidar”.

“No entanto, para a consolidação desses ganhos é importante que cada um faça a sua parte, cada indivíduo, família, bairro, escola, município e ilha promovam ações com vista a redução dos fatores que favorecem a formação de criadores para os mosquitos proliferarem”, pediu.

Entre as medidas de “combate diário e permanente”, sobretudo na época das chuvas, o ministro enumerou, entre outras, o saneamento e a limpeza do meio ambiente, conservação de águas, recolha de recipientes e uso de material protetor contra a picada do mosquito, sobretudo no caso das grávidas.

Arlindo do Rosário disse que o Governo vai reativar a comissão interministerial e intersetorial para combater a proliferação do mosquito durante a época das chuvas que, além do zika, pode causar doenças como dengue, febre-amarela e chikungunya.