O presidente do PSD, Passos Coelho, disse hoje em São Paulo, no Brasil, que a comissão de inquérito defendida pelo seu partido para investigar alegados atos ilícitos na Caixa Geral de Depósitos (CGD) será constituída ainda nesta sessão legislativa.

“Não depende da vontade da maioria do Parlamento constituir a comissão. Ela pode ser formada por iniciativa do meu partido. Um requerimento será ultimado nos próximos dias e a comissão vai ser formada ainda nesta sessão legislativa” afirmou, na noite de sexta-feira (madrugada de hoje em Lisboa).

Passos Coelho declarou que o PSD defende a comissão de inquérito na CGD para gerar confiança dentro do sistema financeiro e sistema bancário português.

“O maior banco de Portugal não pode viver numa espécie de clima de suspensão. Essa ideia não vem sendo alimentada por mim ou pelo meu partido, mas pela comunicação social que está a passar notícias semanalmente que dão conta da necessidade de que haja uma capitalização muito avultada no banco”, defendeu.

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Passos Coelho fez questão de negar a tese de que o banco está numa posição de grande fragilidade em função de práticas comerciais desenvolvidas nos últimos anos.

“Isto não é verdade. A única maneira de criarmos confiança no sistema e na própria instituição é pôr tudo em pratos limpos. Eu tenho pena que o Governo não apoie esta campanha. Mas já que isto não resulta de um intensão do Governo, o Parlamento tem a obrigação de o fazer”, destacou.

Questionado pela Lusa sobre declarações do primeiro-ministro, António Costa, que disse também na sexta-feira não lhe passa pela cabeça investigar ações do Governo e de entidades regulatórias em anos anteriores, mas resolver os problemas que a CGD tem agora, o líder do partido social-democrata preferiu não se pronunciar.