O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esta terça-feira interveio pela terceira vez numa conferência no parlamento, advertiu que não terá sucesso quem tentar criar atrito na sua relação com a Assembleia da República.

“Sucesso não têm todos quantos tentem, de uma forma ou de outra, criar qualquer tipo de atrito no relacionamento entre os dois órgãos de soberania. Da parte do Presidente da República, como certamente da parte da Assembleia da República, tal tentativa não obterá o mínimo sucesso”, disse.

O chefe de Estado discursava na abertura de uma conferência sobre os 30 anos da adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), na Sala do Senado, depois de um almoço na residência oficial do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

No início do seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que estava a quebrar “pela terceira vez o que era uma convenção constitucional no sentido de o Presidente da República apenas se dirigir à Assembleia da República ou por mensagem ou em plenário para o efeito devidamente convocado”.

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Dirigindo-se a Ferro Rodrigues, acrescentou: “Do mesmo modo tem havido a recíproca atuação da parte do Presidente da República, convidando vossa excelência a intervir em cerimónias na Presidência da República como aconteceu na homenagem justíssima ao presidente da Assembleia Constituinte, professor doutor engenheiro Henrique de Barros na semana passada”.

“É um sinal de colaboração institucional”, afirmou.

O presidente da Assembleia da República, que interveio antes, também salientou a presença de Marcelo Rebelo de Sousa novamente no parlamento.

Ferro Rodrigues apontou essa presença como “um grande sinal de cooperação institucional e de consideração pessoal e política pela casa da democracia”, acrescentando: “Agradeço muito a honra que nos dá”.

Esta terça-feira foi a quarta vez em que Marcelo Rebelo de Sousa esteve no parlamento desde que iniciou funções, depois da posse, a 9 de março, da sessão solene do 25 de Abril, e de duas conferências seguidas, sobre crianças desaparecidas e sobre políticas públicas, a 31 de maio.