Donald Trump gastou 12 mil dólares num capacete autografado e uma camisola do jogador Tim Tebow, quarterback dos Denver Broncos, uma equipa de futebol americano da cidade de Denver.

O caso aconteceu há quatro anos, num leilão de angariação de fundos para caridade, em Palm Beach, na Florida. Trump ganhou, licitando os objetos por 12 mil dólares. Nessa altura, a história foi contada na imprensa “cor-de-rosa” e não faltaram elogios ao magnata americano.

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Mas a associação Susan G. Komen, organização sem fins lucrativos que luta contra o cancro da mama e que organizou o leilão, não recebeu dinheiro de Donald Trump. Na verdade, os 12 mil dólares vieram de outra fundação de caridade: a Donald J. Trump Foundation.

A história é avançada pelo The Washington Post, que investigou o caso e concluiu que o candidato republicano usou dinheiro que angariou para fins de caridade para comprar o referido capacete e a camisola.

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Trump fundou a instituição em 1987, mas não foi particularmente generoso. De acordo com o jornal americano, a fundação é sobretudo financiada com dinheiro de outras pessoas. Na altura do leilão, Trump já não colocava dinheiro na sua própria fundação havia três anos.

O milionário poderá ter violado as regras do IRS (Internal Revenue Service, o serviço responsável pela recolha de impostos nos EUA). É que os proprietários de organizações sem fins lucrativos estão proibidos, lá está, de ter lucros com elas. Se essa regra for desrespeitada, as fundações podem declarar esse lucro e pagar um imposto sobre ele para regularizar a situação. Em 2012, a fundação de Trump não declarou nada.

O The Washington Post questiona: será que Trump violou essa regra? A resposta é complicada e depende do fim que Trump deu ao capacete e à camisola. Alguns especialistas ouvidos pelo jornal dizem que o milionário poderá escapar à ilegalidade se os bens forem, por exemplo, leiloados numa ação de caridade da sua fundação.

John Eddie, um antigo responsável do Conselho das Fundações, explica: “Se a fundação pagar e se tornar proprietária do capacete, e ele for dado a alguém num ato de caridade”, chegaria para a situação se tornar legal. Mas o antigo conselheiro remata: “Gastar 12 mil dólares num capacete e dá-lo a um amigo do golfe não é caridade”.